OCDE diz que confiança dos cidadãos nos governos manteve-se na pandemia

13 de Julho 2022

A confiança dos cidadãos nos governos manteve-se apesar da pandemia, mas menos de um terço acredita ter alguma interferência nas decisões governamentais, segundo um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulgado hoje.

De acordo com o relatório baseado num inquérito feito a 50 mil pessoas em 22 países da OCDE, incluindo Portugal, os níveis de confiança nos governos continuam a ser ligeiramente mais elevados do que no rescaldo da crise financeira global, porém permanecem sob tensão.

Segundo o inquérito, os níveis de confiança e de desconfiança nas instituições governamentais ficaram bastante renhidos: em média, 41,4% dos inquiridos diz confiar no seu Governo nacional, enquanto 41,1% admite o contrário.

Ainda assim, a maioria das pessoas admite que em tempos de crise o Governo conseguiu prestar de forma fiável serviços públicos, como o acesso à educação (57,6%), à saúde (61,%) e o acesso a informações sobre procedimentos administrativos (65,1%), protegendo os seus dados pessoais (51,1%). ​​​​​​​

Apenas um terço (32.6%) dos inquiridos revelou estar preocupado com a falta de preparação das instituições governamentais em responder a uma futura pandemia.

No entanto, entre as várias instituições, é a polícia em quem as pessoas mais confiam (67,1%) , seguida pelos tribunais (56,9%), pela função pública (50,2%), os governos locais (46,9%), vindo apenas depois os governos nacionais (41,4%) e os parlamentos (39,4%).

No relatório acrescenta-se ainda que menos de um terço (30,2%) dos cidadãos sente que tem uma palavra a dizer relativamente às decisões governamentais, reforçando ser cada vez mais importante que os líderes políticos oiçam as preocupações da comunidade.

“Os governos precisam de se envolver e responder melhor à evolução das expectativas dos povos. Precisam de aumentar a integridade, enfrentar a influência indevida e lidar com desafios estruturais cada vez mais prementes a longo prazo. Em última análise, para aumentar a confiança, o Governo precisa de melhorar a confiança das pessoas, comunicado melhor a necessidade de reformas e o seu impacto”, defendeu o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann.

Entre as principais preocupações dos cidadãos, as alterações climáticas correspondem a uma questão em que 50,4% dos inquiridos acha que os Governos deviam estar mais investidos e que apenas 35,5% está confiante no atual empenho governamental na matéria.

O inquérito, que é a primeira e mais exaustiva avaliação transnacional sobre a confiança pública em governos democráticos, foi levado a cabo durante a pandemia de Covid-19 e antes da invasão russa na Ucrânia, sendo que a maioria dos cidadãos foi inquirida de novembro de 2021 a fevereiro de 2022.

A 18 de novembro, a OCDE vai ainda realizar no Luxemburgo a Conferência Ministerial sobre a Construção de Confiança e o Reforço da Democracia.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

68% dos doentes não têm a asma controlada

Muito prevalente, subdiagnosticada e mal controlada, a asma ainda pode ser causa de morte no nosso país. Para aumentar a literacia sobre esta doença, o GRESP, a SPAIC e a SPP, embarcam no Autocarro da Asma para esclarecer a comunidade

Ordem firme na necessidade de se resolver pontos em aberto nas carreiras dos enfermeiros

O Presidente da Secção Regional da Região Autónoma dos Açores da Ordem dos Enfermeiros (SRRAAOE), Pedro Soares, foi convidado a reunir esta sexta-feira na Direção Regional da Saúde, no Solar dos Remédios, em Angra do Heroísmo. Esta reunião contou com a presença de representantes dos sindicatos e teve como ponto de partida a necessidade de ultimar os processos de reposicionamento que ainda não se encontram concluídos, firmando-se a expetativa de que tal venha a acontecer até ao final deste ano.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights