O CIDNUR estreia-se nas conferências internacionais no próximo dia 7 de outubro, em Lisboa e com transmissão online, com a intenção de disseminar e discutir resultados importantes para a enfermagem e a saúde.
Cristina Baixinho, professora da ESEL e investigadora do Centro de Investigação, Inovação e Desenvolvimento em Enfermagem de Lisboa (CIDNUR), disse ao HealthNews que “a conferência foi pensada para dar resposta a um conjunto de objetivos que se juntam na grande missão do CIDNUR de ser um centro de investigação, inovação e desenvolvimento de conhecimento na área de enfermagem”.
“Portanto, o grande objetivo é a disseminação e a discussão dos resultados de investigação que são importantes para os cuidados de enfermagem, a um nível micro, e para os cuidados de saúde, de uma forma mais macro”, acrescentou.
Enquanto membro da comissão organizadora, Cristina Baixinho garante que quem se juntar ao evento “pode contar com uma diversidade de perspetivas em torno das questões associadas à investigação e à importância dos resultados de investigação para uma melhor saúde”, desde o arranque, às 9h.
“Quem vem tem um programa rico e abrangente que vai permitir perceber quais são os projetos de investigação que temos em curso [no CIDNUR], o debate em torno das necessidades e apontar caminhos futuros para outras áreas de investigação, e até para outras abordagens de trabalho colaborativo com as instituições”, adiantou a responsável.
Esta “dualidade” do programa – por um lado, a partilha dos trabalhos em curso; por outro, os contributos de fora, que identificarão necessidades e poderão ser “inputs” para projetos em curso ou “adubo” para novos projetos – elevou as expetativas de Cristina Baixinho. “Há aqui claramente uma expetativa alta”, admitiu.
As intervenções de duas investigadoras internacionais, na conferência de abertura e na de encerramento, foram momentos destacados por Cristina Baixinho, pela experiência na produção científica e na divulgação de conhecimento das palestrantes e pelo seu envolvimento em programas de doutoramento em enfermagem. Ambas “têm esta visão associada à importância de agarrar nos resultados de investigação e transferi-los para os contextos de saúde, que estão cada vez mais complexos e que trazem muitos desafios não só para o cidadão e para os profissionais de saúde, mas também para os investigadores na área”.
“Estas duas conferências acabarão por ajudar até a aprofundar o título” do congresso: “Nursing Trends: research for a better health”.
Entre esses dois momentos, as duas mesas-redondas, sobre “Investigação em Enfermagem: Desenvolvimento, Fronteiras e Tendências” e “Projetos em Parceria: Do Conhecimento à Implementação”, “vão trazer também alguns inputs interessantes para os participantes e para os debates destas questões associadas à investigação”, comentou Cristina Baixinho. A primeira possibilitará a divulgação de projetos de investigação a decorrer no CIDNUR, “cujos resultados são um contributo importante para o conhecimento e desenvolvimento dos cuidados de saúde”, além de permitirem responder às temáticas sinalizadas no título.
“O momento que temos no final para debate poderá ainda ser importante para que os próprios profissionais nos tragam a visão daquilo que são necessidades muito prementes nos contextos de saúde e nos ajudem nesta discussão das fronteiras e tendências para o desenvolvimento da investigação em enfermagem”, destacou a professora.
Já a mesa da tarde, centrada nas parcerias, conta com representantes das instituições parceiras. Aqui, segundo Cristina Baixinho, “temos a possibilidade de perceber exatamente como é que este trabalho colaborativo foi importante para aproximar a academia dos contextos de saúde” – “uma questão que tem sido muito discutida em todo o ensino superior”.
“Na minha perspetiva, este trabalho de parceria favorece muito a introdução dos resultados de investigação na clínica, melhorando a qualidade dos cuidados de saúde que são prestados ao cidadão”, ao mesmo tempo que se ganha com a “poupança de dinheiro na gestão dos recursos e na obtenção de indicadores de saúde mais favoráveis a toda a população ao longo do ciclo vital”.
Por outro lado, a forma como este trabalho entre a academia e as instituições de saúde ajuda no desenvolvimento de competências de investigação nos profissionais de saúde “é extremamente importante”, “porque eles também precisam de aprender investigação, de avaliar criticamente a investigação e de utilizar os resultados que são seguros na sua prática clínica”, sublinhou Cristina Baixinho.
HN/Rita Antunes
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