Em comunicado enviado à agência Lusa, os autores do manual salientam que o documento faz uma radiografia profunda ao problema da desinformação em saúde, “com o objetivo de ajudar legisladores a definir melhores políticas públicas para o combater”.
“Este Manual é o resultado final de três conferências organizadas pela OMS com especialistas da academia, Organizações Não Governamentais, bem como com representantes de plataformas digitais, imprensa tradicional – a Agência Lusa participou numa dessas reuniões – e Estados-Membros europeus”, refere a nota.
João Breda, responsável por esta iniciativa e atualmente diretor do escritório da OMS de qualidade em saúde de Atenas, considera que “a desinformação em saúde é um grande entrave à prestação de cuidados de saúde com qualidade e que é vital encontrar caminhos para a combater”.
O médico e gestor Francisco Goiana da Silva, outro dos autores do manual, salientou que “é um instrumento inovador de política pública de saúde nesta área, a nível mundial, que foi inteiramente idealizado por jovens portugueses”.
“A expectativa é que esta venha a ser uma ferramenta de trabalho importante para quem faz política pública nesta área. O combate à desinformação passa por muito mais do que ‘fact-checking’ e moderação de conteúdos: é literacia mediática, é legislação apropriada, são mecanismos de responsabilização”, afirmou, por seu lado, o advogado João Marecos, outro dos autores.
Para Francisco de Abreu Duarte, que completa o trio de autores, “a solução do problema passa por uma ‘triple entente’ entre sociedade civil, Estados e indústria”.
“É impensável achar que a mudança se faz contra, ou sem, o compromisso firme destes três atores. Resta fazer disto uma prioridade!”, sublinhou o estudante de doutoramento no Instituto Europeu em Florença.
O projeto do Manual de Combate à Desinformação em Saúde, que começou em 2019, vai ser apresentado nas próximas semanas ao público num evento da OMS em colaboração com a Google/Youtube.
LUSA/HN
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