“A valorização dos enfermeiros, tal como sucede na restante Administração Pública, tem de ser para todos, independentemente de terem apostado ou não na sua formação profissional”, afirma o presidente do SE, Pedro Costa. Não querendo extremar posições, admite que “o espaço para negociar começa a ser mais curto”.
“É uma exigência nossa e da qual não abdicamos: a avaliação de desempenho tem de ser contabilizada de forma completa para todos os enfermeiros, independentemente de terem apostado na sua diferenciação técnica ou não”, reforça o presidente do Sindicato dos Enfermeiros. Pedro Costa lamenta que a tutela queira prejudicar os enfermeiros que passaram a especialistas ou gestores, “apostando na sua formação profissional a expensas próprias”, impedindo que todos os pontos para a avaliação de desempenho sejam contabilizados.
O presidente do SE diz mesmo que esta diferenciação com os enfermeiros deve ser única na Administração Pública. “Por um lado, vemos os técnicos superiores que fizeram um doutoramento a receberem um aumento salarial de 400 euros”, recorda. Por outro, explica, “vemos os enfermeiros que passaram a enfermeiros especialistas ou enfermeiros gestores a perderem parte dos pontos da avaliação de desempenho e, por isso, a serem ultrapassados por aqueles que nunca apostaram na formação profissional”. Uma situação que, garante, “está a gerar um enorme descontentamento junto dos enfermeiros que, mais uma vez, sentem estar a ser prejudicados face a outros profissionais do Serviço Nacional de Saúde”.
Assegurando que não podem existir dois pesos e duas medidas, Pedro Costa recusa, para já, um extremar de posições e a marcação de um período de greve. “Sabemos bem como, no passado, nomeadamente em 2017, a marcação de uma greve foi argumento suficiente para o Ministério da Saúde, de forma unilateral, romper as negociações com os sindicatos dos enfermeiros”, diz o presidente do SE.
Porém, o responsável do Sindicato dos Enfermeiros deixa um alerta: “Temos estado sempre disponíveis para o diálogo, mas para que tal suceda é necessário que surjam cedências de ambas as partas”. O SE assegura que “não pode ceder mais pois, neste momento, o que está em causa é a valorização da carreira de enfermagem, a dignificação da profissão e o reconhecimento do trabalho extraordinário que tem sido desenvolvido pelos enfermeiros”.
“Esperamos que o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, possa marcar a reunião já para a próxima semana”, afiança Pedro Costa, acrescentando que “o Governo não tem qualquer interesse, e os enfermeiros também não, de ver os utentes voltarem a ser prejudicados e a verem os seus exames, consultas, tratamentos ou cirurgias adiadas por uma intransigência sem nexo do Ministério da Saúde”.
PR/HN/RA
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