“Mantemos as nossas reservas pois não garantem tudo o que são as reivindicações dos enfermeiros já de há muitos anos, mas é um passo em frente. Por agora, vamos ter de nos contentar com esta situação, pese embora haja muitas outras situações para negociar, nomeadamente a questão da profissão de desgaste rápido e as devidas compensações”, disse à Lusa Carlos Ramalho, do Sindepor.
O dirigente sindical explicou que, nesta negociação, ficaram garantidas as progressões “que deviam estar já previstas desde 2018, quando foi o descongelamento das carreiras”, mas não se conseguiu avançar no pagamento dos retroativos, que o sindicato pretendia que fossem pagos desde 2018 e o Governo apenas aceitou a partir de janeiro deste ano.
“De qualquer maneira, foi um passo em frente, porque esses enfermeiros vão todos progredir na grelha salarial”, disse o responsável, adiantando que o pagamento será garantido a 100% ainda este ano.
Carlos Ramalho diz que, para o Sindepor, o que foi conseguido “é muito pouco”, sublinhando que “ainda há muitas outras questões para negociar”.
“Uma das grandes prioridades é o reconhecimento da profissão como uma profissão de desgaste rápido, o que significa, depois, em termos práticos, a idade da reforma e alguns dos benefícios que são aplicados nessas profissões. Nós já fomos, há muitos anos atrás, considerados uma profissão de desgaste rápido, deixamos de o ser em 2009 e pretendemos voltar a negociar essa situação”, acrescentou.
O Sindepor foi um dos vários sindicatos que se reuniram hoje com o Ministério da Saúde. O Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE) e o Sindicato dos Enfermeiros (SE) disseram ter saído satisfeitos, mas consideraram os resultados das reuniões de hoje como “um primeiro passo”. Já o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses considerou que as propostas do Governo “mantêm as injustiças” na contagem de pontos para progressão na carreira por recuar apenas a janeiro de 2022.
LUSA/HN
0 Comments