Prevalência da diabetes em Cabo Verde preocupa especialistas

16 de Novembro 2022

 A diabetes afeta 3,7% da população em Cabo Verde, menos de metade da média mundial, mas os especialistas admitem preocupação com as consequências dos problemas de sobrepeso e sedentarismo na evolução da doença no arquipélago.

“Segundo o inquérito que fizemos em 2020, as taxas de prevalência para diabetes estão em 3,7%, abaixo da média mundial, mas não quer dizer que não deixamos de nos preocupar, já que temos praticamente todos os fatores de risco presentes. Falo da nossa alimentação, da obesidade e do sobrepeso que temos em Cabo Verde, do sedentarismo”, afirmou hoje Emília Monteiro, que coordena o programa de prevenção da doença no arquipélago.

“Essa taxa de 3,7%, sim, é preocupante. Estamos a tentar trabalhar com esses fatores para diminuir e não aumentar para a média mundial”, disse ainda, em declarações aos jornalistas à margem do seminário “Prevenção e controlo de diabetes, longevidade e qualidade de vida: sacrifícios”, promovido hoje na Praia pelo Instituto Nacional de Saúde Pública, no âmbito do dia mundial da Diabetes (14 de novembro).

De acordo com a especialista, a diabetes do tipo 2, que é “mais comportamental”, está a surgir em idades mais novas em Cabo Verde, devido “aos fatores de risco”.

“Temos quase metade da população com sobrepeso em Cabo Verde. A diabetes tipo 2, nos registos que temos nas estruturas e segundo o inquérito, a maior parte está nas pessoas acima dos 45 anos”, disse ainda Emília Monteiro, coordenadora do Programa Prevenção e Controlo da Diabetes Mellitus nacional.

“Se nós conseguirmos educar as pessoas, podemos chegar à fase da remissão da doença, até para conseguir controlar a doença somente com a alimentação e o exercício físico ou ser uma pessoa ativa. Mas o que nos dificulta mais é consciencializar as pessoas que de facto é uma doença crónica e que devem mudar os hábitos e estilo de vida”, reconheceu.

Atualmente, praticamente todas as estruturas de saúde primária em Cabo Verde contam com equipas multidisciplinar, incluindo psicólogo, recordou Emília Monteiro.

“Quando já não se consegue nessa parte passa-se para a especialidade, que também têm equipa multidisciplinar, neste caso estou a falar do endocrinologista, do internista, que estão nos hospitais e que acabam por tentar, de uma forma já mais específica, orientar e consciencializar esses doentes que se não prevenirem – já são diabéticos -, mas se não prevenirem e se não se tratarem de forma correta podem chegar a complicações que acabam por perder a qualidade de vida”, concluiu.

LUSA/HN

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