Segundo informou o Instituto Nacional de Biodiversidade (Inabio) do Equador, trata-se do ‘Gloeocystidiellum lojanense’, um “cogumelo ressupinado e corticóide com potencial antibacteriano contra a Escherichia coli”.
A descoberta foi feita por investigadores do Inabio e das universidades Técnica Particular de Loja (TPL) do Equador e das belgas de Lieja e Lovaina.
A descoberta foi feita no setor de Cajanuma, no Parque Nacional Podocarpus, uma reserva de biodiversidade na província andina de Loja, no sul do país.
Os investigadores Andrea Jaramillo-Riofrío, Cony Decock, Juan Pablo Suárez, Ángel Benítez, Gabriel Castillo e Darío Cruz detalharam numa publicação científica a nova espécie e mencionaram que esta “mostrou atividade antibacteriana contra os quatro tipos da espécie E.coli”.
Uma ação inibidora do cogumelo sobre a bactéria “pode dever-se ao facto de estes patótipos de E.coli serem menos virulentos e resistentes”, indicou o Inabio.
Avançou também que micro-organismos patógenos, como bactérias, cogumelos e vírus, causam infeções e são causadores de problemas de saúde pública, pela alta taxa de mudanças genéticas, mecanismos de resistência ou uso incorreto e excessivo de antimicrobianos no tratamento.
Além disso, detalhou que “a resistência bacteriana aos antibióticos aumenta as taxas de infeção, como, por exemplo, as bactérias ‘Gram-negativas’ incidem em 61,3% das infeções, as ‘Gram-positivas (34,8%), leveduras (2%) e outros patógenos (1,9%), principalmente em países em desenvolvimento”.
Acrescentou que a família das bactérias ‘Enterobacteriaceae’ ou ‘Gram-negativas’ “é o grupo maior e heterogéneo de importância clínica causadora de infeções em humanos, principalmente por géneros como Citrobacter, Enterobacter, Escherichia, Klebsiella, Proteus, Serratia, Shigella e Salmonela”.
O Inabio referiu ainda que, “entre estas infeções, 80% correspondem a trato urinário, pneumonia, diarreia, meningite, sepsis e choque endotóxico”, ao enunciar o potencial para a saúde humana da nova espécie de cogumelo achado no Parque Nacional Podocarpus.
O Equador, que é considerado um dos países com mais diversidade no planeta, possui uma grande diversidade de cogumelos que requerem investigação taxonómica, pelo seu potencial bioativo e pelas possíveis aplicações em campos como o da saúde humana, acrescentou o Instituto.
“Os cogumelos constituem um grupo promissor de interesse para a procura de compostos bioativos, além de serem um grupo de organismos muito diversos, com uma estimativa de entre 1,5 milhões a cinco milhões, dos quais apenas uma pequena porção (cem mil) se descreveu”, frisou o Inabio.
LUSA/HN
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