Em comunicado, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), que agrega o Hospital de Santa Maria, realça que “é pioneiro na utilização de inteligência artificial para rastreio de glaucoma”, esperando “eliminar a lista de espera” de doentes.
O rastreio com recurso a esta tecnologia está ser feito desde novembro no serviço de oftalmologia do hospital, mas ainda durante o primeiro semestre será realizado também num centro de saúde de Lisboa, no quadro de um estudo-piloto, disse à Lusa o oftalmologista Luís Abegão Pinto, que coordena a consulta de glaucoma em Santa Maria.
Com o novo exame basta tirar uma fotografia aos olhos e em segundos o programa de inteligência artificial dá o diagnóstico da doença, permitindo evitar um “circuito de sete exames com cerca de uma hora de duração” para confirmar se um doente suspeito tem efetivamente glaucoma.
“Com o circuito de exames habitual só conseguíamos ver oito doentes por dia, num processo que ocupava três ortoptistas, exames que depois ainda tinham de ser analisados por um médico”, afirmou o oftalmologista, citado no comunicado, assinalando que o rastreio com o apoio de inteligência artificial permite, “no mínimo, duplicar a capacidade de exames diários e ficar apenas com os doentes que realmente precisam de fazer o resto do processo”, depois de confirmada a doença.
Segundo Luís Abegão Pinto, o programa de inteligência artificial foi treinado para reconhecer o glaucoma – uma doença progressiva e assintomática de difícil diagnóstico – a partir de dados de 5.000 a 6.000 casos.
Estima-se que em Portugal existam cerca de 400 mil pessoas com glaucoma, metade das quais por diagnosticar, de acordo com o CHULN.
Apesar de a doença não ter cura, pode ser controlada com tratamentos – para travar a lesão progressiva do nervo ótico que conduz à perda de visão – se for diagnosticada precocemente.
LUSA/HN
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