Decorrem hoje Primeiras Jornadas Multidisciplinares de Asma

Decorrem hoje Primeiras Jornadas Multidisciplinares de Asma

O evento, que será realizado no Sana Metropolitan, a partir das 9h30, reúne um conjunto de especialistas, nacionais e internacionais, para partilhar experiências e conhecimento relativamente à gestão do doente com Asma Grave.

Carlos Lopes, pneumologista do Hospital de Santa Maria, explica que “esta é uma doença heterogénea, com várias comorbilidades associadas, pelo que estas jornadas serão um espaço de partilha de perspetivas e debate de novas formas de acompanhar os doentes com asma grave, através da participação de vários especialistas”.

“Contamos, também, com a presença da Profª. Celeste Porsbjerg, que nos irá relatar a experiência do centro multidisciplinar que coordena, em Copenhaga, no tratamento desta patologia e das comorbilidades associadas”, avança.

Ana Mendes, alergologista do Hospital de Santa Maria, admite que o foco das jornadas “estará nas unidades multidisciplinares de Asma Grave que, ao terem disponível um leque de especialistas de várias áreas, permitem que o doente seja avaliado de forma complementar. Evitamos, assim, atrasos no diagnóstico e, consequentemente, na adoção do tratamento mais adequado”.

O encontro decorre entre as 9h30 e as 14h30.

PR/HN/VC

Blocos de partos de Santa Maria e Caldas da Rainha encerram para obras no verão

Blocos de partos de Santa Maria e Caldas da Rainha encerram para obras no verão

Segundo divulgou hoje a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS), o Nascer em Segurança no SNS – Plano Sazonal Verão 2023, que está programado de junho até setembro, inclui 41 maternidades do país e prevê a ajuda de três unidades privadas na Região de Lisboa e Vale do Tejo.

Das 41 maternidades, 27 mantêm-se em pleno funcionamento, nove funcionarão com dias de encerramento agendados e em rotatividade com outras unidades e duas fecham mesmo para obras: Caldas da Rainha encerra a partir de 01 de junho e Santa Maria a 01 de agosto.

LUSA/HN

Bastonária dos enfermeiros aponta situação complicada nas urgências do Santa Maria

Bastonária dos enfermeiros aponta situação complicada nas urgências do Santa Maria

“Nós temos um problema gravíssimo de envelhecimento. As pessoas que estão muitas vezes internadas e a quem teimam em chamar casos sociais não são casos sociais. São pessoas que não estão em doença aguda e, portanto, poderiam ter alta do hospital, mas que precisam na mesma de cuidados de saúde 24 horas por dia, sobretudo de enfermagem”, adiantou hoje à Lusa, após ter-se reunido com a administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN).

Para Ana Rita Cavaco, a situação, que também acontece em outras unidades hospitalares do país, “tem a ver com as decisões (…) que o Governo não toma”.

“As pessoas vêm à urgência porque é o único sítio que encontram com uma porta aberta 24 horas”, realçou, sustentando que “esses cuidados não podem ser prestados em lares”.

“Depois é aquilo que vemos nas notícias, que as pessoas estão ao abandono, porque não há enfermeiros nesses lares e aqueles que há são um número muito reduzido de horas (…). Isto exige medidas urgentes, estruturais, cuidados de proximidade. Eu tenho de ter as equipas dos centros de saúde, dos cuidados domiciliários uma vez por todas a funcionar 24 horas por dia, [mas] não tenho”, acrescentou.

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros disse ainda que a administração do CHULN está a tentar dar resposta, como os outros hospitais, “libertando mais camas” e “fazendo uma gestão de altas”.

“Aqui no [Hospital de] Santa Maria temos um problema grave, que é termos algumas camas disponíveis no internamento e os doentes permanecerem na urgência internados”, indicou.

Ana Rita Cavaco lembrou também que os “hospitais são dos doentes”, criticando a forma como são geridos os recursos humanos no CHULN.

“Isto é um centro hospitalar que detém o Hospital Pulido Valente e que detém o Hospital de Santa Maria. Da mesma forma que os enfermeiros têm de se adaptar e trabalham por turnos e, muitas vezes, têm de ir prestar serviço ao hospital Pulido Valente, os outros profissionais, nomeadamente os médicos, também têm de o fazer”, acrescentou.

Na terça-feira, após uma visita ao Serviço de Urgência Geral do Hospital Fernando Fonseca, que serve os concelhos de Amadora e Sintra, Ana Rita Cavaco defendeu que são precisas soluções para os doentes que precisam de cuidados, mas já não estão em doença aguda.

“As administrações gostam de chamar casos sociais. Na verdade, não são casos sociais. São pessoas que não estão em doença aguda, têm condições para ter alta do hospital, mas precisam de cuidados de enfermagem, sobretudo de cuidados de saúde, 24 horas por dia e isso não é compatível com um lar, porque os lares da Segurança Social não têm essa função”, defendeu.

A bastonária revelou que neste momento há lares da Segurança Social que têm 90% de doentes acamados, o que significa que já não são lares, mas deviam antes pertencer à rede de cuidados continuados.

“Os espaços de cuidados continuados são muito poucos e o que nós temos de fazer enquanto país e que o governo tem de se preocupar rapidamente é com esta questão do envelhecimento e repensar a rede de cuidados continuados em conjunto com a Segurança Social”, defendeu.

LUSA/HN

Urgências Santa Maria: “É completamente desesperante o tempo de espera e o feedback”

Urgências Santa Maria: “É completamente desesperante o tempo de espera e o feedback”

Vila Franca de Xira não era opção para os bombeiros, por isso o doente foi levado para o Hospital de Santa Maria, esta semana. A decisão de abandonar o lar para ser visto por um médico foi do enfermeiro.

A entrada no maior hospital de Lisboa aconteceu durante a tarde, e a alta à noite, mais de 24 horas depois, por abandono do local; mas o doente, surdo, acompanhado pelo filho desde o primeiro dia, nunca saiu das urgências. “O médico reconheceu perfeitamente a situação, fez a consulta, deu a alta, deu o antibiótico e saímos de lá.” “É uma experiência assustadora. Um serviço médico (…) mostrou-se incapaz de socorrer muita gente”, relatou o filho.

“É completamente desesperante o tempo de espera e o [pouco] feedback”, numa urgência “apinhada de gente”, com “muita gente idosa”. “Não há qualquer serviço de refeições. (…) Há pessoas ali na urgência que se via que não tinham acompanhantes. Se não tiverem um acompanhante, podem morrer ali.”

No segundo dia, pai e filho viram um idoso numa cadeira de rodas perder os sentidos e ser retirado da sala. E “vários idosos pediam ajuda”; “pessoas sozinhas, que não tinham ajuda”, descreveu o acompanhante.

“Percebia-se que estava sobrelotado e a capacidade de reação era realmente difícil. E realmente uma pessoa ali pode morrer”, reforçou.

O HealthNews contactou o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) e obteve resposta: “O novo Conselho de Administração do CHULN dá grande prioridade às melhorias das condições para doentes e profissionais do Serviço de Urgência Central do Hospital de Santa Maria. O CHULN tem já no terreno um projeto especial, que envolve vários serviços do hospital, com o objetivo de melhorar rapidamente o funcionamento global das urgências e evitar tempos de espera prolongados e absolutamente indesejáveis.”

HN/Rita Antunes

Hospital em Lisboa faz diagnóstico em segundos de glaucoma com inteligência artificial

Hospital em Lisboa faz diagnóstico em segundos de glaucoma com inteligência artificial

Em comunicado, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), que agrega o Hospital de Santa Maria, realça que “é pioneiro na utilização de inteligência artificial para rastreio de glaucoma”, esperando “eliminar a lista de espera” de doentes.

O rastreio com recurso a esta tecnologia está ser feito desde novembro no serviço de oftalmologia do hospital, mas ainda durante o primeiro semestre será realizado também num centro de saúde de Lisboa, no quadro de um estudo-piloto, disse à Lusa o oftalmologista Luís Abegão Pinto, que coordena a consulta de glaucoma em Santa Maria.

Com o novo exame basta tirar uma fotografia aos olhos e em segundos o programa de inteligência artificial dá o diagnóstico da doença, permitindo evitar um “circuito de sete exames com cerca de uma hora de duração” para confirmar se um doente suspeito tem efetivamente glaucoma.

“Com o circuito de exames habitual só conseguíamos ver oito doentes por dia, num processo que ocupava três ortoptistas, exames que depois ainda tinham de ser analisados por um médico”, afirmou o oftalmologista, citado no comunicado, assinalando que o rastreio com o apoio de inteligência artificial permite, “no mínimo, duplicar a capacidade de exames diários e ficar apenas com os doentes que realmente precisam de fazer o resto do processo”, depois de confirmada a doença.

Segundo Luís Abegão Pinto, o programa de inteligência artificial foi treinado para reconhecer o glaucoma – uma doença progressiva e assintomática de difícil diagnóstico – a partir de dados de 5.000 a 6.000 casos.

Estima-se que em Portugal existam cerca de 400 mil pessoas com glaucoma, metade das quais por diagnosticar, de acordo com o CHULN.

Apesar de a doença não ter cura, pode ser controlada com tratamentos – para travar a lesão progressiva do nervo ótico que conduz à perda de visão – se for diagnosticada precocemente.

LUSA/HN