“É necessário contratar mais médicos para se fixarem nos Açores”, insistiu o dirigente comunista, em conferência de imprensa, na cidade da Horta, após uma reunião da direção regional do partido, recordando que, atualmente, existem “25 mil açorianos sem médico de família”.
Segundo Marco Varela, a falta de profissionais de saúde nos Açores não se resume à classe médica, mas também aos enfermeiros, que continuam a escassear, sobretudo nas ilhas mais pequenas e menos populosas, onde não existem hospitais, mas apenas centros de saúde.
“Este Governo demonstra uma enorme falta de planeamento, que conduz à falta de respostas, ou a respostas atabalhoadas e sem estratégia”, lembrou o coordenador regional do PCP, referindo-se não apenas à falta de profissionais de saúde, mas também à falta de assistentes operacionais, por exemplo, no setor da Educação.
Para os comunistas açorianos, que estiveram reunidos no sábado em Ponta Delgada, o atual executivo regional de coligação PSD/CDS-PP/PPM, que conta também com o apoio parlamentar do Chega e da Iniciativa Liberal, tem apresentado falhas em várias áreas.
“Estamos perante um governo que persiste em focar-se somente na sua sobrevivência política e que age, principalmente, em função de uma ou outra contestação, sem planeamento no que diz respeito a enfrentar os problemas que afetam a larga maioria dos açorianos”, lamentou Marco Varela.
O líder do PCP/Açores deu também como exemplo da falta de planeamento o alegado “atraso” na aprovação de projetos de investimento apresentados pelos empresários açorianos que, no seu entender, tem contribuído para manter a “precariedade” e os “baixos salários” no setor privado.
“Ao contrário do que seria necessário, este governo atrasa os apoios financeiros aos projetos aprovados de muitas micro e pequenas empresas, que demoram mais de um ano para serem pagos, e persiste numa política de baixos salários e de precariedade”, alertou o dirigente comunista.
Marco Varela recordou também as “lutas” encetadas pelos trabalhadores da administração pública regional, do setor do comércio e serviços e também das empresas públicas Atlânticoline e COFACO, por melhores condições de trabalho.
“As justas reivindicações da luta dos trabalhadores e populações, pelo direito a terem uma vida digna, não são somente uma questão de justiça social, mas também indicam qual é a alavanca económica que mais possibilidade tem de inverter o ciclo de abrandamento económico que atravessamos”, insistiu o líder dos comunistas açorianos.
LUSA/HN
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