“Os lucros são de milhões e para os enfermeiros são tostões” ou “É tempo de valorizar e salários aumentar” foram algumas das frases que os profissionais de saúde iam proferindo durante a concentração à porta daquele hospital.
“Estão aqui a reivindicar justamente as 35 horas de trabalho, valorização da profissão, aumentos salariais, carreira de progressão que tenha uma contrapartida económica, reposição do subsídio de trabalho por turno e aumento do subsídio de refeição”, explicou a coordenadora regional do Porto do Sindicato de Enfermeiros Portugueses (SEP), Fátima Monteiro.
A sindicalista revelou que foram adiadas “centenas” de cirurgias, mas que os serviços mínimos e situações de urgências cirúrgicas estão a ser assegurados.
Os enfermeiros não fazem greve porque querem, mas porque a administração não dá respostas às reivindicações, acreditando que esta será a primeira de “muitas greves” porque a insatisfação é “tremenda”, frisou.
“Esta é a primeira greve da hospitalização privada, é um facto novo, mas teve uma expressão muito significativa e sabemos que muitos dos colegas que aqui estão sofreram uma forte pressão da instituição, mas tiveram a coragem de vir, já outros não conseguiram ultrapassar essa pressão”, salientou Fátima Monteiro.
Apesar de nenhum dos enfermeiros presentes no protesto ter querido prestar declarações, iam entoando “Somos muitos muitos mais, mas para a próxima seremos ainda mais” ou “A luta continua nos serviços e na rua”.
Prevista para os turnos da manhã e da tarde, esta é a primeira greve dos cerca de 4.200 enfermeiros que trabalham nas 75 unidades de saúde abrangidas pela Associação Portuguesa da Hospitalização Privada (APHP).
LUSA/HN
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