No protesto, que assinala o Dia Mundial da Saúde, comemorado em 07 de abril, estão presentes sindicatos representativos dos enfermeiros, dos técnicos superiores de terapêutica e diagnóstico, assistentes operacionais, entre outras profissões, que exigem em uníssono melhores condições de trabalho e o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Segurando cartazes com inscrições como “Mais salários, mais direitos, mais serviços públicos”, “Ó Costa aguenta o SNS” ou “É preciso defender e reforçar o SNS”, os manifestantes gritam palavras de ordem como “A saúde hoje é um direito sem ela nada feito” ou “Para a saúde garantir é preciso investir” sob o olhar de agentes policiais que acompanham o protesto.
Durante o protesto, Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum, a federação sindical promotora do protesto, anunciou “uma ação nacional de luta com contornos ainda a definir” no próximo dia 20 de maio”.
Em declarações aos jornalistas, o dirigente sindical explicou que “é uma iniciativa que extravasa as fronteiras dos sindicatos”, havendo já, além da CGTP e de sindicatos da Frente Comum, associações de utentes, comissões de utentes, associações de profissionais de saúde a aderirem ao protesto
“Esta grande jornada de luta quer envolver todos os setores da sociedade, incluindo a população, que estão, desde já, convidados a aderir a este dia de luta em torno do Serviço Nacional de Saúde, porque a situação não é grave, é gravíssima. Estamos em risco de perder um direito e vai obrigar a mobilização de toda a sociedade para convencer o governo que está no caminho errado, que não pode continuar a favorecer os setores privados, degradando o Serviço Nacional de Saúde”, salientou,
Sobre a concentração de hoje, Sebastião Santana adiantou que “o que se exige é uma valorização do Serviço Nacional de Saúde, o seu reforço, e o rompimento de caminho de degradação a que tem sido votado o SNS”.
Esta reivindicação é partilhada pelo presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica, Luís Dupont, afirmando à Lusa que o protesto vida “demonstrar mais uma vez ao Governo a necessidade de resolver os problemas que persistem nas diversas carreiras profissionais de saúde”.
Luís Dupont realçou que, “além do descontentamento, há um cansaço muito grande dos profissionais de saúde”, também pela falta de “um verdadeiro reconhecimento”, que disse “não poder ser só nas palavras”, mas com uma melhoria das carreiras dos profissionais de saúde.
Também presente na concentração, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, José Carlos Martins, insistiu num “melhor investimento” no SNS, desde logo em recursos humanos, na contratação de mais profissionais e nas condições de trabalho para “atrair e reter” os que lá estão.
“Investir nos recursos humanos é investir em equipamentos, sobretudo nas áreas de exames complementares de diagnósticos ao nível dos cuidados de saúde primários e medidas de organização, direção, funcionamento e gestão focadas para cuidados de proximidade e assente em equipas multiprofissionais”, defendeu José Carlos Martins.
Uma delegação do PCP juntou-se à concentração, com Jorge Pires, da Comissão Política do partido, a chamar a atenção para “os dois grandes objetivos” do protesto: “A defesa do SNS como um importante instrumento de acesso à saúde por parte dos portugueses e a valorização dos profissionais de saúde”, disse, alertando que “não há um Serviço Nacional de Saúde que resista à falta de profissionais”.
LUSA/HN
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