Na apresentação da moção e da recomendação, os líderes das bancadas do PS, Rui Prudêncio, e do PSD, Luís Carlos Lopes, afirmaram existir testemunhos de médicos de família a abandonar o ACES Oeste Sul por incompatibilidades com o diretor.
Apresentada pelo PS e aprovada por maioria com nove abstenções dos independentes Unidos Por Torres Vedras, PCP, Chega e representantes das freguesias de Ponte do Rol e dos Campelos, a moção “reclama a rápida substituição do diretor do ACES Oeste Sul, antecipada do próximo concurso de pessoal médico”.
Os deputados municipais acusam o diretor do ACES Oeste Sul, António Martins, de “incapacidade de promover a atração de médicos de família para preencher as vagas abertas pelo Ministério da Saúde e incompetência para reter os profissionais que se formam e prestam serviço” na região.
O responsável, segundo o documento, demonstra “acomodação e passividade” e “não demonstra proatividade na procura de soluções”.
A recomendação, apresentada pelo PSD e aprovada com sete abstenções dos Unidos Por Torres Vedras, PCP e Chega, “reivindica a substituição do diretor do ACES Oeste Sul, em virtude da sua ineficácia em resolver os problemas de saúde no concelho”.
Ambos os documentos alertam que a falta de médicos de família afeta mais de 45% dos utentes inscritos do concelho.
“Esta situação assume maior gravidade nas freguesias rurais, onde são deixados à sua sorte, em regra sem alternativa de recurso a serviços privados, os mais idosos, os doentes crónicos e, em geral, as famílias de menores recursos económicos”, detalha a moção.
Por isso, na moção, os deputados “manifestam total solidariedade com a revolta das populações que não encontram respostas por parte do ACES Oeste Sul”.
A recomendação “exige a colocação imediata de mais médicos” e manifesta ainda o seu “desagrado quanto à forma como a saúde dos torrienses está a ser tratada, sem alternativas à vista e agravada semana após semana sem que surjam soluções por parte do Ministério da Saúde”.
Os deputados exigem também que o Ministério da Saúde abra concurso para a construção do novo hospital para o Oeste e que defina “com a maior brevidade possível” a sua localização “em consonância com as necessidades da população”.
É ainda proposta a criação do Observatório de Saúde em Torres Vedras, para haver uma “articulação mais eficaz entre as entidades locais e regionais responsáveis pela saúde” na procura de soluções para os problemas de saúde do concelho.
De acordo com a recomendação, o Ministério da Saúde “tem sido ineficaz e inoperante em resolver problemas, impossibilitando a existência de serviços de saúde permanente e de proximidade”, exemplificando com o encerramento noturno da urgência pediátrica de Torres Vedras do Centro Hospitalar do Oeste e a indecisão de localização do novo hospital para a região.
O ACES Oeste Sul integra os centros de saúde do Cadaval, Lourinhã, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, no distrito de Lisboa.
LUSA/HN
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