Dirigente diz que Plano Regional de Saúde Mental assenta na criação de mais equipas comunitárias

5 de Maio 2023

A multiplicação de equipas comunitárias de saúde mental, que trabalhem em articulação com os cuidados de saúde primários, e numa lógica de proximidade, são um dos pilares do Plano Regional de Saúde Mental, apresentado na Covilhã.

Segundo o responsável pela Coordenação Regional de Saúde Mental da Região Centro, João Redondo, a intenção é criar equipas multidisciplinares por áreas geográficas com serviços coordenados e integrados, para facilitar o acesso dos utentes à prestação de cuidados, rapidez na resposta às necessidades e a continuidade no atendimento.

João Redondo sublinhou ser necessária “uma mudança estrutural” no modelo de organização dos cuidados de saúde mental e acentuou a importância do “trabalho em rede”, mudanças que requerem “tempo e recursos”.

O responsável frisou ter de se olhar para os recursos que existem e assegurar “que as pessoas possam trabalhar com a garantia de que existe o terapeuta de referência para cada doente, se existir essa necessidade, e ter logo alguém que abra a porta para entrar no circuito”.

O trabalho com os cuidados de saúde primários é considerado fundamental, por ser aí que as pessoas se dirigem inicialmente.

“Se houver a necessidade de cuidados mais urgentes, há uma triagem mais precoce. Tudo isto leva a que as doenças não atinjam a gravidade que, por vezes, podem atingir se não existirem estes filtros”, vincou o psiquiatra.

Cada equipa é composta por um psiquiatra, um psicólogo, um terapeuta ocupacional, um assistente social e dois enfermeiros.

As primeiras equipas na região Centro – Equipa Comunitária de Saúde Mental para a Infância e Adolescência do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira, na Covilhã, e Equipa Comunitária de Saúde Mental para Adultos Dão Lafões, do Centro Hospitalar Tondela-Viseu – foram criadas em 2020.

No ano passado, Castelo Branco passou a ter também uma equipa para adultos, Leiria uma para a infância e adolescência e, segundo João Redondo, “este ano, vão ser criadas mais duas equipas comunitárias na região Centro”, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Segundo João Redondo, o Plano Regional de Saúde Mental foi concebido para os anos 2023-2024 “para anualmente o irmos avaliando e ajustando às necessidades”, referiu o coordenador.

“Onde o trabalho é mais próximo, vamos ter menos pessoas a procurar o hospital”, acentuou o responsável. “O que vai mudar tem que ver com estes cuidados de saúde mental estarem próximos das pessoas, a ideia de uma visão comunitária”, acrescentou.

Para João Redondo, “isto é fundamental, quer numa perspetiva de saúde pública, para a prevenção, quer numa prestação mais próxima em termos de tempo e em termos de espaço em relação à acessibilidade das pessoas” aos cuidados de saúde mental.

LUSA/HN

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