Quando se assinala um ano sobre o aparecimento dos primeiros cinco casos confirmados de ‘mpox’ em Portugal, a DGS reforça o apelo à vacinação contra a infeção, antes da participação em festivais e eventos de massa na primavera e no verão, salientando a importância da vacinação com duas doses como uma das medidas mais eficazes de proteção contra a infeção e as formas mais graves da doença.
Faz hoje um ano que foi publicada a primeira nota de imprensa sobre os primeiros cinco casos confirmados em Portugal, tendo sido criada uma área dedicada a esta doença no ‘site’ da DGS, que aglomerou vários documentos técnicos, relatórios diários, semanais e mensais, materiais de divulgação e uma secção de “Perguntas e Respostas atualizada”.
Nesse dia, a DGS informou os dirigentes das instituições de saúde públicas e privadas e a rede de saúde pública sobre o alerta, salientando a importância da deteção precoce de eventuais casos suspeitos, para garantir um sistema de reporte, que se iniciou por ‘email’, passando depois a um formulário digital e, por fim, integrou o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), recorda a DGS.
Estes são alguns dos “pontos essenciais” que a DGS recorda numa nota com o com o título “Um ano de monkeypox: Breve percurso de uma resposta atempada”, tendo em conta que Portugal foi o segundo país a reportar casos causados pelos vírus mpox (VMPX), um surto que veio a ser global.
Destaca ainda “a constante articulação” ao longo deste ano com as instituições e parceiros internacionais.
Através da sua Equipa de Gestão e Resposta ao surto, a DGS foi acompanhando, “em tempo real”, a evolução da situação epidemiológica no mundo, bem como as principais recomendações internacionais, efetuando a avaliação de risco no contexto nacional e adaptando e atualizando as orientações e normas de acordo com a mais recente evidência científica, contribuindo também para a construção do conhecimento internacional, com primeiras publicações em jornais científicos sobre o surto (Eurosurveillance e Nature Medicine).
A 23 de julho de 2022, a OMS declarou o surto como Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional (PHEIC) com base nas decisões do Comité de Emergência da OMS, uma situação que foi revertida no passado 10 de maio devido ao “declínio significativo” no número de casos e a não haver alterações na gravidade e manifestação clínica da doença, bem como a disponibilidade de vacinas.
A OMS reforça, no entanto, a necessidade de os países manterem as suas capacidades de vigilância e de prevenção e controlo, com enfoque para respostas adequadas ao grupo de maior risco.
Atualmente, a nível global, a situação epidemiológica tem apresentado uma tendência decrescente, com 87.479 casos confirmados e 1.095 casos prováveis, entre 1 de janeiro de 2022 e 15 de maio de 2023, em 111 países, incluindo 140 óbitos.
No último mês, a maioria dos novos casos foi notificada na Região das Américas (49%) e na Região do Pacífico Ocidental (36,4%).
Também em Portugal se verificou uma redução do número de novos casos reportados nos últimos meses, sendo que desde 27 de março que não foi identificado mais nenhum.
Dos 892 casos com informação adicional disponível no SINAVE, a maior parte tem entre 30 e 39 anos e são homens, havendo nove casos em mulheres (1%).
Todas as regiões de Portugal continental e a Madeira reportaram casos, dos quais 687 (77%) em Lisboa e Vale do Tejo, onde foi vacinado o maior número de pessoas. Em abril, foi confirmada a morte de um jovem com 23 anos, “VIH positivo, não aderente à terapêutica antirretroviral e com imunossupressão avançada, que apresentou um quadro raro de doença progressiva e disseminada”, refere a DGS.
LUSA/HN
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