Bolsas de Cidadania Roche 2023 estão atribuídas

31 de Maio 2023

Foram conhecidos, no dia 30 de maio, os projetos vencedores da edição deste ano das Bolsas de Cidadania Roche, num valor total de 60 mil euros.

Um júri independente composto por sete elementos analisou as 68 candidaturas apresentadas, um número recorde de projetos desde a criação desta iniciativa em 2015.

O projeto “Vida livre, autonomia emocional”, da Associação Supera-te, que conseguiu uma bolsa de 20 mil euros, pretende promover o desenvolvimento de competências emocionais e comportamentais para facilitar a integração social da vítima de violência doméstica. A ideia passa por realizar campanhas de rua, workshops, cursos e grupos de ajuda mútua que combatam a violência doméstica e a dependência emocional. O desenvolvimento de um curso, designado ‘Supera-te’, vai ainda ajudar na superação de relacionamentos abusivos. A Associação Supera-te pretende desenvolver este trabalho na vila de Rabo de Peixe, concelho da Ribeira Grande, nos Açores.

O projeto “Programa de Grupos de Psicodrama para jovens com comportamentos aditivos”, do Instituto de Desenvolvimento e Inclusão Social – IDIS, com uma bolsa de 15 mil euros, visa a criação de grupos de psicodrama para jovens com comportamentos aditivos entre os 14 e os 18 anos residentes em Vila Nova de Gaia. O objetivo é diminuir os comportamentos aditivos de um total de 30 jovens em situações de risco, encaminhados por entidades gestoras dos processos de promoção e proteção. A IDIS – organização sem fins lucrativos – desenvolve intervenção clínica e psicossocial com crianças e jovens em perigo e as suas famílias. Os responsáveis pelo projeto recordam que o psicodrama é uma abordagem reconhecida pela Ordem dos Psicólogos Portugueses e que tem demonstrado ser eficaz em grupos de adolescentes com psicopatologia ou problemas aditivos.

“Ações prevenção primária e secundária do cancro oral nos estabelecimentos prisionais”, da Liga Portuguesa Contra o Cancro, com uma bolsa de 10 mil euros, é um projeto de prevenção e rastreio de cancro oral. A proposta da LPCC tem como principal objetivo a deteção de lesões malignas e pré-malignas na cavidade oral da população prisional portuguesa, bem como a realização de consultas de cessação tabágica na mesma comunidade. O rastreio será voluntário e os reclusos poderão inscrever-se, assinando um consentimento informado. A população prisional portuguesa é das mais velhas da Europa e é muito vulnerável e de alto risco para o desenvolvimento do cancro oral, por concentrar vários fatores de risco: maioritariamente homens, fumadores, com consumo de álcool e de estupefacientes, bem como com idades acima dos 40 anos.

Com o projeto “ELA+, (M)elhorar (A)poiar (I)nformar, com (S)uporte Social”, com bolsa de 5 mil euros, a APELA – Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica pretende munir os doentes e cuidadores de orientação e apoio ao longo das várias fases da esclerose lateral amiotrófica. Para isso, propõe criar um conjunto de vídeos explicativos sobre o modo de navegar na área dos apoios sociais e de ajudas pecuniárias. Serão também desenvolvidos vídeos, em parceria com profissionais de saúde, sobre documentos protetores dos doentes, como o testamento vital, os representantes legais ou o apoio e presença do cuidador. É ainda objetivo deste projeto criar uma linha de apoio aos associados na área do serviço social.

O projeto “O que importa é ter saúde!”, da Together International Portugal, Let’s work Together, com bolsa de 5 mil euros, visa a promoção da literacia em saúde através do ensino de suporte básico de vida aos estudantes do ensino secundário do concelho de Mogadouro. Pretende ainda dotar toda a comunidade do mesmo concelho de conhecimentos sobre o funcionamento dos cuidados de saúde em diferentes níveis (primários, hospitalares e serviços de urgência). Está incluída no projeto a elaboração de um e-book dedicado a competências de suporte básico de vida e socorrismo.

O projeto “Programa CLIMB-ON para Parkinson” (Young Parkies Portugal, Associação Portuguesa de Parkinson Precoce, bolsa de 5 mil euros) pretende usar a escalada para melhorar capacidades físicas, pessoais e sociais de pessoas diagnosticadas com doença de Parkinson. Destina-se a pessoas com menos de 50 anos, com o objetivo de levar doentes e familiares a terem uma participação ativa nas suas escolhas de saúde e promovendo estilos de vida saudáveis, assumindo um papel de liderança no controlo da progressão da doença.

A análise das candidaturas foi feita por um júri independente e multidisciplinar, constituído por: Maria de Belém Roseira (antiga ministra da Saúde), Graça de Freitas (diretora-geral da Saúde), Isabel Aldir (assessora da Presidência da República), José Manuel Pereira de Almeida (coordenador nacional da Pastoral da Saúde), Maria do Céu Machado (médica e ex-presidente do Infarmed), Ana Maia (jornalista) e Ricardo Encarnação (diretor médico da Roche).

Estas Bolsas visam o financiamento, num valor total de 60 mil euros, de projetos e ideias de associações de doentes e outras Organizações Não Governamentais (ONG). Desde 2015, as Bolsas de Cidadania já financiaram mais de 45 projetos, num valor acima dos 450 mil euros.

A iniciativa procura fomentar a participação dos cidadãos nos processos de decisão em saúde, a informação dos doentes sobre os seus direitos, assim como a sua participação nas decisões individuais de tratamento.

Este ano, as Bolsas de Cidadania marcam o arranque da celebração dos 50 anos da Roche em Portugal, associando a imagem comemorativa ao evento e reforçando o compromisso de continuar a trabalhar em prol da sociedade.

A cerimónia pública de anúncio dos premiados, no dia 30 de maio, decorreu na sede da Roche Portugal, na Amadora.

PR/HN/RA

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