Paulo Raimundo falava durante uma ação de contacto com utentes do Centro de Saúde da Quinta da Lomba, no Barreiro, no âmbito da campanha “Viver melhor na nossa terra” e durante a qual se deparou com uma longa fila de doentes para conseguir uma consulta.
A primeira pessoa da fila estava à porta do centro de saúde desde a meia-noite e meia para garantir uma das 49 vagas disponíveis para hoje.
“É chocante ver um senhor com quase 70 anos, de canadianas, chegar aqui à meia-noite e meia para ter uma consulta. Não vale a pena estar a fazer muitos mais comentários porque a imagem vale por si”, disse.
O secretário-geral do PCP afirmou que esta é uma das muitas situações que tem verificado no terreno nas várias visitas que fez, considerando que são exemplos de um caminho que está a ser feito pelo Governo de desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde.
Questionado sobre o papel da direção executiva do SNS, Paulo Raimundo respondeu que se encaixa nos objetivos do Governo de desmantelar o SNS, “estando em grande vapor nesse objetivo”.
Todas as medidas chamadas de pontuais, das rotatividades das urgências, na verdade, defende o líder comunista, a intenção é manter como um padrão.
A resolução destes problemas, adiantou, passa pela valorização dos profissionais de saúde, respeitando-os e criando condições para poderem trabalhar.
“As coisas só não estão piores por causa deles. É preciso criar condições para que se fixem no Serviço Nacional de Saúde, de trabalho e financeiras”, disse adiantando que são eles que aguentam o SNS.
Questionado sobre as expectativas relativas ao Orçamento do Estado 2024, cuja proposta será entregue no Parlamento na terça-feira, Paulo Raimundo respondeu que o atual OE transportou recursos públicos para o privado da saúde e o caminho que tem sido feito indicia que o mesmo vai ser feito com o próximo orçamento.
“Não conhecemos o documento, mas tendo em conta as perspetivas que se avançam há uma coisa que podemos dizer é se for igual ao deste ano e tiver as mesmas opções então estamos perante a um orçamento que não responde às necessidades”, disse.
LUSA/HN
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