“A PJ não foi chamada a intervir neste caso ainda, mas normalmente não falamos do que temos ou do que não temos em investigação”, afirmou Luís Neves, em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência na sede nacional da PJ, em Lisboa, sobre corrupção e a defesa da integridade no desporto.
O diretor nacional reiterou, porém, a disponibilidade daquele órgão de polícia criminal para colaborar: “A PJ está sempre disposta a receber as investigações que são da sua esfera de competência ou quando deferidas pela senhora procuradora-geral da República”.
Ainda sobre este caso, à entrada para a conferência realizada na sede da PJ, a procuradora-geral da República limitou-se a admitir a possibilidade de prestar mais esclarecimentos caso seja necessário, depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter comunicado no dia 24 de novembro que existia um inquérito no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa e que o mesmo corria contra desconhecidos.
“Confirmo apenas que as investigações prosseguem e que a seu tempo, caso tal se venha a revelar oportuno, serão prestados os esclarecimentos que vierem a considerar-se pertinentes”, referiu Lucília Gago, recusando prestar mais declarações.
O caso das duas crianças gémeas residentes no Brasil que entretanto adquiriram nacionalidade portuguesa e vieram a Portugal em 2019 receber o medicamento Zolgensma para a atrofia muscular espinhal, com um custo total de quatro milhões de euros, foi divulgado pela TVI, em novembro.
O assunto está a ser investigado pela PGR, pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e é objeto de uma auditoria interna no Hospital de Santa Maria, face às suspeitas de que possa ter havido cunhas políticas para a realização do tratamento médico.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que já entregou documentação à PGR sobre o assunto e confirmou que o seu filho o contactou sobre a necessidade de tratamento das crianças, negou ter tido qualquer intervenção no processo.
LUSA/HN
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