Hugo Serras, da direção da Tégua, explicou à agência Lusa que o projeto “está em vias de aprovação, no início do próximo ano”, no Instituto da Segurança Social.
O objetivo é recuperar a Quinta da Formosa, pertencente à Câmara de Portalegre, mas que está sob a alçada daquela associação na sequência de um contrato de comodato.
“Inicialmente o Plano de Recuperação e Resiliência só nos permitia chegar a 80% do investimento, mas com as alterações que vieram agora a surgir no fecho do ano conseguiu-se a majoração do projeto para 100%”, explicou.
Nesta altura, segundo o responsável, os desafios passam pela aprovação da iniciativa pelo Instituto da Segurança Social, pelo arranque da obra e, acima de tudo, por conseguir angariar a verba destinada ao Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) referente ao investimento, que “ronda os 460 mil euros”.
“A propriedade da quinta é da Câmara de Portalegre, nós temos um contrato de comodato de 20 anos para levarmos a efeito este projeto e, em bom rigor, o que parece que é fundamental fazer em primeiro lugar [para angariar os cerca de 460 mil euros] é envolver a sociedade civil e as empresas, mas a verba que estamos a falar parece ter de vir a ser, mais dia, menos dia, suportada de forma mais abrangente pelo município”, acrescentou.
Além de se pretender albergar pessoas sem-abrigo, a iniciativa multidisciplinar quer reintegrar os utentes na sociedade e criar condições para desenvolver projetos na área da saúde mental.
“Este é um projeto estratégico para conseguirmos ter psicólogos, assistentes sociais, acompanhamento psiquiátrico não tão dependente daquilo que é o hospital e conseguirmos que estas pessoas venham a desempenhar funções dentro da própria instituição e ao serviço da comunidade”, disse.
A Tégua está instalada na Quinta da Formosa há vários anos, tendo ainda sob a sua alçada outros espaços na cidade, como o Centro de Acolhimento para os Sem-abrigo (CASA), que alberga 28 pessoas.
Hugo Serras disse ainda que o projeto da Quinta da Formosa é importante para que a associação possa vir a ter maior capacidade para evitar novos casos de pessoas sem-abrigo.
“O que temos vindo a sentir é que cada vez mais jovens passam por problemas e chegam à instituição, e nós temos feito um trabalho que é evitar que as pessoas pernoitem na rua. Muitas das vezes vimos que a nossa capacidade ao nível de camas é curta para aquilo que acaba por ser a necessidade”, lamentou.
LUSA/HN
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