O acordo para 46 milhões de vacinas contra o coronavírus, o equivalente a toda a população do estado, foi assinado no Palácio dos Bandeirantes pelo governador estadual, João Doria, pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, e pelo vice-presidente mundial da Sinovac, Weining Meng.
No valor de 90 milhões de dólares (76,7 milhões de euros), o contrato também formaliza a transferência de tecnologia para produção da vacina pelo Instituto Butantan, organização científica vinculada ao governo regional de São Paulo.
“São Paulo não perde tempo, São Paulo quer proteger a saúde e a vida dos brasileiros”, afirmou Doria, acrescentando que existe ainda um entendimento verbal entre a direção do Butantan e a Sinovac para que outros 14 milhões de doses da vacina sejam fornecidos em fevereiro de 2021.
O governador espera que, uma vez aprovada pelas autoridades sanitárias brasileiras, a campanha de vacinação comece no dia 15 de dezembro, com os profissionais de saúde de São Paulo a serem os primeiros a serem imunizados.
“São Paulo será um dos primeiros lugares do mundo a vacinar a população”, mas “vamos respeitar todos os procedimentos” clínicos e “aguardar a aprovação” da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), afirmou.
Segundo o executivo de São Paulo, a segurança do imunizante já foi comprovada numa investigação com mais de 50 mil voluntários na China. A vacina também já vem sendo testada no Brasil desde julho e, atualmente, os estudos clínicos da última fase são acompanhados por 12 centros de investigação científica em cinco estados brasileiros e no Distrito Federal.
O diretor do Instituto Butatan informou ainda que já receberam a vacina sete mil dos 13 mil voluntários programados para esta terceira e última fase dos testes, que se prolongará no Brasil até 15 de outubro.
São Paulo, o estado mais rico e populoso do país, com cerca de 46 milhões de habitantes, é a região do Brasil mais afetada pela pandemia em números absolutos, com 979.519 casos de infeção e 35.391 óbitos, segundo o último balanço do Ministério da Saúde.
Já o Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de 4,7 milhões de casos e 142.921 óbitos), depois dos Estados Unidos.
Apesar da média diária de 700 mortes, governos estaduais e municipais continuam a avançar com os seus planos de reabertura económica e já desativaram hospitais de campanha, como é o caso de São Paulo, enquanto a maioria da sociedade brasileira começa a ignorar as medidas de distanciamento social ainda em vigor.
Epidemiologistas têm alertado desde há semanas para uma possível retomada dos casos no país, como é o caso no estado do Amazonas (norte), caso a população não mantenha o distanciamento social e o uso de máscara.
LUSA/HN
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