O projeto visa refletir sobre o papel reforçado que as vacinas podem desempenhar enquanto vetor de promoção da saúde ao longo da vida e, em particular, na promoção de um envelhecimento ativo e saudável e o que pode Portugal fazer para proporcionar mais e melhor qualidade de vida, através de um reforço da prevenção primária, à sua população mais vulnerável.
A iniciativa, que conta com o apoio da GSK, reúne um conjunto multidisciplinar de especialistas de vários segmentos do ecossistema de saúde – entre os quais Francisco George, presidente da Sociedade Portuguesa de Saúde Pública e chairman do projeto – para debater os desafios, explorar as oportunidades e construir um caminho de futuro para uma agenda de ações que possa sensibilizar para os ganhos em saúde que a vacinação em idade adulta representa na sociedade portuguesa.
Atualmente, segundo dados do INE, e com o aumento da esperança média de vida, os portugueses com 65 anos de idade têm a probabilidade de viver, em média, mais 20 anos. No entanto, dados mais recentes da Pordata demonstram que em 2022 cerca de 20% dos portugueses que morreram em Portugal não haviam completado os 70 anos de idade. Reconhecendo os desafios que a evolução gradual da esperança média de vida (a qual foi positivamente impactada pela vacinação) coloca ao nível dos anos de vida saudáveis, em especial pelo facto de o risco para contrair determinadas doenças que podem ser prevenidas através da vacinação aumentar a partir dos 50 anos de idade – devido, em especial, ao próprio envelhecimento do sistema imunitário, um fenómeno designado de imunosenescência –, o Projeto +Longevidade considera importante refletir sobre o alargamento e fortalecimento da agenda de políticas de saúde focadas na vacinação na população adulta, não apenas nas faixas etárias mais idosas, mas, sobretudo, na população adulta e ativa profissionalmente.
Henrique Lopes, diretor do NOVA Center for Global Health, defende: “Na população adulta, onde assistimos a uma evolução da prevelência de doenças crónicas e uma progressiva deteriozação do sistema imunitário decorrente de uma maior longevidade, a vacinação cumpre um papel importante ao proteger o organismo de infeções que possam agravar as comorbilidades pré-existentes e potenciar o desenvolvimento de outras doenças, permitindo, por isso, mais proteção, menos carga de doença, mais qualidade de vida e, fundamentalmente, um envelhecimento mais saudável e ativo. É, por isso, fundamental considerar-se o reforço da vacinação da população adulta em doenças como o Tétano, Difteria, Tosse Convulsa, Gripe, Doença Pneumocócica, HPV, Herpes Zoster e Vírus Sincicial Respiratório (VSR), acompanhando aliás a tendência que já identificamos em vários países europeus”.
PR/HN
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