Conforme avançou aos jornalistas o diretor clínico do Hospital Dr. Nélio Mendonça, Júlio Nóbrega, os 55 doentes provenientes dos Açores (menos do que o número inicialmente previsto, superior a seis dezenas) chegaram cerca das “02:30 ao aeroporto e foram transportados à unidade hospitalar e à zona militar RG3”, no Funchal.
O incêndio que deflagrou no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, pelas 09:40 locais de sábado (10:40 em Lisboa), obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados.
“Oferecemos os nossos serviços e foi-nos pedido que recebêssemos 57 doentes, mas o número foi variando ao longo do dia. Na prática, recebemos 55 doentes. Alguns deles estavam internados e tiveram de ficar [no hospital], 23, e os restantes 32 ficaram na RG3”, disse o diretor clínico.
De acordo com Júlio Nóbrega, o grupo “mais vasto de doentes, com insuficiência renal crónica”, a necessitar de tratamento com hemodiálise – que ficou indisponível nos Açores –, ficou alojado no RG3.
“Vinte e um doentes já estão a fazer hemodiálise, daqueles que estavam no quartel, e encontram-se estáveis e muito agradecidos”, explicou.
O responsável lembrou também que no domingo já tinham chegado à região madeirense três doentes: duas grávidas de risco que estão internadas na Obstetrícia, e um paciente que se encontrava em cuidados intensivos, estando agora no mesmo serviço no Dr. Nélio Mendonça.
Júlio Nóbrega disse ainda não saber quanto tempo os doentes vão ter ficar na região, já que a situação depende da “recuperação e da retoma da atividade” no maior hospital dos Açores, mas garantiu que o hospital madeirense vai dar toda a colaboração “enquanto for preciso”.
No domingo, o Governo dos Açores declarou a situação de calamidade pública devido ao incêndio no hospital de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, e a secretária regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi, disse que a unidade de saúde já foi alvo de duas vistorias, mas ainda não há previsão para retomar o normal funcionamento do equipamento.
Na altura do incêndio estavam no estabelecimento de saúde 333 doentes e foi necessário proceder à transferência de 240, segundo a titular da pasta da Saúde nos Açores.
Os doentes mais críticos e graves foram transferidos para o hospital da CUF, na Lagoa, e os restantes para centros de saúde.
Além do Hospital do Divino Espírito Santo, existem nos Açores dois hospitais, nas ilhas Terceira (em Angra do Heroísmo) e Faial (na Horta), para os quais foram transferidos mais de 50 doentes.
LUSA/HN
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