“Nós, nesta reunião, não estivemos em condições de assinar um protocolo negocial, de que só tivemos conhecimento no momento da reunião. E dos eixos todos, das soluções que nós tínhamos previamente apresentado, eles apenas incluíram a questão da avaliação do SIADAP, que é um dos nossos eixos; a questão dos médicos internos, sendo que a proposta da FNAM é que eles sejam reintegrados na carreira. Mas faltou, obviamente, a questão das grelhas salariais, a questão da reposição das nossas 35 horas de trabalho e, também, revisitar a questão das USF, da legislação que foi publicada pelo anterior Governo, a questão dos CRI, e revisitarmos também a dedicação plena”, esclareceu Joana Bordalo e Sá.
Ficou marcada nova reunião para dia 25 de junho, “para ver se, efetivamente, eles [eixos prioritários] entram ou não entram”. “Mas nós só estaremos em condições de assinar, pelo menos, se algum destes itens estiverem no protocolo negocial”, adiantou a médica Joana Bordalo e Sá.
“Nós continuamos a ser dos médicos mais mal pagos a nível europeu. A FNAM esteve em Berlim há cerca de duas semanas com os nossos parceiros europeus e, efetivamente, nós estamos na cauda da Europa nessas matérias salariais e não só, de condições de trabalho também. E, portanto, isto tem que ser acautelado”. Caso contrário, médicos de todas as idades continuarão a abandonar o SNS, alertou a presidente da FNAM.
“A falta de médicos não é só a nível das urgências, e sabemos que é pior em Lisboa e Vale do Tejo, a nível da saúde materno-infantil, mas também faltam médicos de família (…). Mesmo a nível da saúde pública também temos uma carência muito grande. A população merece ter médicos no SNS, tem direito a isso. Na FNAM, continuamos com as soluções que nós sabemos que são as únicas capazes de devolver médicos ao SNS, e vamos continuar a lutar por isto”, afirmou a médica.
Joana Bordalo e Sá concluiu: “A mensagem final é que a FNAM vai continuar a defender os interesses dos médicos, mas, acima de tudo, a defender o Serviço Nacional de Saúde. E a nossa estratégia é mesmo de conseguirmos soluções, de conseguirmos pontes para termos mais médicos no Serviço Nacional de Saúde, porque a população tem esse direito.”
HN/RA
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