“Sistemas de Saúde num Mundo Desafiante” foi o tema abordado pelo por Josep Figueras, no Cascais International Health Forum.

Em declarações ao HealthNews, o especialista chamou a atenção para os principais desafios e oportunidades dos sistemas de saúde europeus. De acordo com o especialista, estas duas questões “são comuns entre os diferentes estados-membro”, defendendo por isso “um trabalho conjunto entre a União Europeia e a Organização Mundial da Saúde”.

Segundo Josep Figueras, o primeiro desafio está relacionado com o aumento da doença crónica. A elevada incidência e prevalência deste tipo de patologias faz com que a despesa na saúde dispare.

O segundo desafio dos sistemas de saúde está relacionado com o investimento financeiro. “Durante a pandemia da Covid-19, assistimos a um aumento nas despesas relacionadas com a Saúde, mas após o período pandémico foi registada uma queda”, lamentou Figueras,

O terceiro desafio passa pela falta de recursos humanos nos sistemas de saúde. “Temos uma força de trabalho que está a envelhecer… Não estamos a conseguir recrutar o suficiente número de profissionais de saúde. Temos de implementar medidas para conseguir atrair e fixar estes profissionais. Não falo apenas dos médicos e enfermeiros, mas também farmacêuticos e trabalhadores sociais.”

O quarto desafio tem a ver com o conceito One Health. “A Saúde não se resume unicamente ao funcionamento das unidades de saúde. Há outros fatores que têm forte impacto e que influenciam a saúde das populações. É por isso que devemos adotar o conceito de One Health e reunir esforços para alcançar a saúde ideal das pessoas, dos animais e do meio ambiente.”

O último desafio destacado pelo cofundador do Observatório Europeu de Sistemas e Políticas de Saúde, foi a prevenção da doença. “Sabemos que o caminho mais fácil é intervir e investir em políticas com impacto imediato. É por isso que um dos grandes desafios que temos na área da Saúde é conseguir com que se invista na prevenção da doença”.

Em relação às oportunidades, o especialista realçou a introdução das novas tecnologias digitais e de inteligência artificial. “Estas novas formas de trabalhar em saúde são muito importante. De qualquer modo, é muito importante que sejamos capazes de regular todas estas matérias no sentido de conseguir beneficiar o sistema de saúde e não o contrário. Portanto, vamos ter de encontrar mecanismo para conseguir integrar estas novas tecnologias.”

A sessão conduzida pelo especialista contou com a presença de entidades políticas, bastonários e profissionais de saúde.

O Cascais International Health Forum decorre entre hoje e amanhã, no Centro de Congressos do Estoril.

HN