Rastreios mamários gratuitos a partir de hoje para todas as mulheres em Lisboa

7 de Junho 2024

Os Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, em parceira com a Fundação Champalimaud, começam hoje a realizar rastreios mamários gratuitos a todas as mulheres residentes na capital, em particular as com menos de 50 anos.

Localizado na Avenida Afonso Costa, a cinco minutos a pé da estação de metro das Olaias, o edifício dos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa tem uma nova sala de exames, com uma máquina para fazer mamografias, doada pela Fundação Champalimaud, permitindo o rastreio mamário, com um médico especialista nesta área.

A marcação da mamografia pode ser feita através do número de telefone 800 910 155. A chamada telefónica é gratuita, assim como o exame.

Na inauguração desta sala de mamografias, a presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, sublinhou que “há um aumento, ainda bastante inexplicado, da incidência de cancro nas idades mais jovens”, referindo que o fenómeno incide sobre vários tipos de cancro, incluindo o cancro da mama, destacando a importância de facilitar o acesso a exames a pessoas com menos de 50 anos, idade atualmente utilizada como referência para a realização de rastreios.

“Suponho que, dentro de algum tempo, as entidades que têm a ver com isso certamente compreenderão que é preciso baixar a idade de rastreio, mas, entretanto, isto é urgente, porque se trata de salvar vidas”, afirmou Leonor Beleza.

Questionada sobre a posição do presidente da Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC), Francisco Cavaleiro Ferreira, que alertou que a iniciativa da Câmara de Lisboa pode ter o efeito contrário ao pretendido, causando “ruído e confusão desnecessária”, a presidente da Fundação Champalimaud considerou “um bocadinho pessimista demais a ideia de que alguém poderá ficar prejudicado ou perturbado pelo facto de, eventualmente, ter uma mamografia positiva quando tem uma idade inferior [aos 50 anos]”.

“A vida pode ser salva pelo facto de o acesso ser rápido. Não consigo compreender que tenhamos medo de que as pessoas possam ter acesso a fazer esses exames”, reforçou, destacando a qualidade da máquina de rastreio e o acompanhamento de um especialista da Fundação Champalimaud.

O lançamento da sala de mamografias ocorre sete meses após a assinatura do protocolo entre a Câmara de Lisboa e a Fundação Champalimaud, assinado em outubro de 2023, devido à demora do licenciamento da máquina de rastreio, que “tem uma radiação muito inferior, são micro radiações”.

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), explicou que a iniciativa pretende dar resposta às mulheres com menos de 50 anos, “porque essas estão mais desprotegidas”, uma vez que a LPCC disponibiliza rastreios a partir dos 50 anos.

“Lisboa está a avançar já com a capacidade dessas mulheres [com menos de 50 anos] poderem vir aqui [ao edifício dos Serviços Sociais], mas se vier aqui uma mulher de 60 anos também trataremos”, ressalvou, indicando que o atendimento é “sem burocracias”, sendo apenas necessário a apresentação do Cartão de Cidadão e, em caso de resultado positivo, as mulheres são encaminhadas para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Carlos Moedas realçou que este “é um primeiro passo” da abertura dos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa à comunidade, além da resposta aos trabalhadores do município, esperando que, no futuro, sejam disponibilizados outros tipos de exames médicos.

O autarca realçou a estratégia do município na área da saúde, com a construção de um estado social local, em que a câmara complementa a resposta do SNS, uma vez que “na região de Lisboa há mais de um milhão de pessoas sem médico de família”.

Entre as medidas da Câmara de Lisboa na área da saúde destaca-se o plano de saúde Lisboa 65+, que conta com 14 mil idosos inscritos, cerca de 2.600 teleconsultas realizadas e quase 1.000 consultas domiciliárias; o projeto Lisboa + Saúde, com duas clínicas de proximidade no Bairro do Armador e na Alta de Lisboa; e a construção de centros de saúde, inclusive cinco novos espaços desde o início do mandato, no investimento de 21 milhões de euros, prevendo-se cerca de 41 milhões de euros até 2027.

LUSA/HN

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