A administração da unidade que também gere os hospitais de São João da Madeira e Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, disse à Lusa que, em agosto, realizou um total de 1.443 cirurgias, das quais 1.216 programadas e 227 com caráter de urgência – o que representa um número de utentes intervencionado que já não se atingia desde 2009.
Miguel Paiva, presidente do conselho de administração do CHEDV, atribui estes resultados ao esforço suplementar dos profissionais de saúde para recuperar o ritmo de produção cirúrgica após o abrandamento imposto pela resposta médica à pandemia de Covid-19.
“Quando comparado com períodos homólogos de outros anos, na última década, o mês de agosto de 2020 foi o melhor de sempre do CHEDV em número de doentes operados. Habitualmente, agosto é um mês de redução de atividade cirúrgica devido à concentração de férias, mas o conselho de administração fez um apelo para acelerar a recuperação da lista de espera e os profissionais mostraram-se sensíveis a isso”, disse.
Esse trabalho adicional focou-se “em particular nas operações mais atrasadas, nomeadamente as da área de oftalmologia e as de cirurgia bariátrica, que tinham ficado suspensas de abril a junho”.
A intervenção mais realizada em agosto foi a de remoção de cataratas, com a especialidade de oftalmologia a garantir “mais de 50% dos doentes operados”.
No topo dos atos cirúrgicos mais realizados em agosto seguem-se as operações para redução do estômago e as destinadas à colocação de próteses na anca.
Há 10 anos, em agosto de 2010, por exemplo, o total de cirurgias programadas e urgentes envolveu 1.410 utentes, enquanto em 2014 se atingia a produção mais baixa da década com 1.058 intervenções.
Em 2019, o máximo de agosto foram 1.215 operações.
A lista para as restantes intervenções agendadas no CHEDV integra agora, a avaliar pelos dados reunidos a 31 de agosto, 1.173 utentes.
Miguel Paiva pretende que, até ao final de 2020, todos os doentes a aguardar cirurgia possam vê-la concretizada “dentro do tempo de resposta máximo garantido”.
Tal é variável de acordo com o tipo de intervenção em causa e, relativamente a cirurgias programadas, oscila entre as 72 horas e os 270 dias, consoante o nível de prioridade clínica estabelecido em consulta da especialidade.
“Depois de ultrapassada a fase mais crítica [da pandemia de Covid-19], iniciámos imediatamente um plano de recuperação das consultas e das cirurgias adiadas, envolvendo e motivando as equipas e os profissionais nesse objetivo. É fruto da extraordinária dedicação dos nossos profissionais que temos conseguido recuperar os atrasos acumulados nos meses da pandemia”, acrescentou.
O administrador dos hospitais da Feira, São João da Madeira e Azeméis propõe-se agora “chegar ao final de 2020 cumprindo os objetivos do Ministério da Saúde, seja no que se refere aos tempos de espera para consultas, seja no que concerne aos tempos de espera para cirurgias”.
“Os dados dos últimos meses demonstram que, quando nos unimos e estamos motivados, somos capazes de nos superar. O desafio é manter esta trajetória de recuperação da atividade adiada e, ao mesmo tempo, responder às atuais necessidades de resposta à evolução da pandemia”.
LUSA/HN
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