“O Dia Mundial da Alimentação foi instituído pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, no sentido de se combater e erradicar a fome, portanto haver uma erradicação da fome, e promover o acesso a uma alimentação saudável, que é um direito de todos. Neste sentido, é importante sabermos fazer escolhas alimentares saudáveis e, como tal, sabermos interpretar um rótulo alimentar para que as nossas escolhas sejam conscientes e informadas”, afirmou Mafalda Noronha, Diretora do Serviço de Nutrição da ULS de Braga.
Aprender a ler um rótulo e conhecer as informações que nele constam, sobre os produtos que estamos prestes a consumir, tornam os cidadãos mais instruídos e capazes de ponderar no momento de comprar ou introduzi-los nos planos de alimentação.
O tema, proposto pelas estagiárias do Serviço de Nutrição, desperta interesse, uma vez que, diariamente, todos lidamos com milhares de rótulos, repletos de informações cujo significado, muitas vezes, ultrapassa o cidadão comum.
O rótulo alimentar deve fornecer todas as informações que permitam ao consumidor conhecer o produto e fazer escolhas conscientes. Existem algumas informações obrigatórias que devem estar mencionadas nos produtos: a denominação do género alimentício, a lista dos ingredientes que o compõem e as suas quantidades, a quantidade líquida do produto, o prazo de validade e, no caso de existirem condições de conservação, estas devem ser claras para o consumidor.
A embalagem do produto deve conter, também, os ingredientes ou derivados, assim como ingredientes que provoquem alergias ou intolerâncias, o nome do produtor, o país de origem, o grau da taxa alcoólica, em caso de serem produtos desta natureza, e a declaração nutricional.
A lista de ingredientes é apresentada por ordem decrescente de peso, com as respetivas percentagens e deve informar sobre a presença dos produtos alergénios. Palavras terminadas em ‘ose’, ‘ideo’ e ‘ina’, como lactose, glicose e maltodextrinas acusam a presença de açúcares nos produtos.
Nos rótulos, o sal pode ser identificado não apenas pela própria palavra, mas também por outras denominações que contêm termos como ‘sódio’ ou ‘sódico’, como é o caso do cloreto de sódio, bicabornato de sódio ou do fosfato dissódico.
Os lípidos, conhecidos como as gorduras, podem surgir nos rótulos sob os nomes de gordura hidrogenada, parcialmente hidrogenada, óleos vegetais e cremes vegetais.
Semáforo Nutricional
A Direção-Geral de Saúde (DGS) sugere a utilização de um descodificador de rótulos, que consiste num cartão que pode ser facilmente transportado e consultado no momento de ir às compras.
Na hora de colocar um produto no carrinho de compras, segundo as nutricionistas, deve avaliar-se o semáforo nutricional, isto é, o código de cores, que auxilia na leitura da informação nutricional dos alimentos. Este gradiente foca-se em quatro nutrientes: a gordura, a gordura saturada, os açúcares e o sal. Quando o alimento apresenta uma cor vermelha, amarela ou verde, que representa o grau de concentração de um destes quatro ingredientes, o seu consumo deve ser evitado, moderado ou eleito para este fim, respetivamente.
A sessão deu lugar à desmitificação de alguns temas da alimentação. “A procura de produtos alimentares hiperproteicos está na moda, no entanto sabemos que as necessidades em proteína variam com a idade, presença de condição patológica, prática de desporto, entre outros fatores “, referiu Mafalda Noronha. “A ingestão da proteína necessária deve ser obtida a partir de fontes alimentares naturais, dentro de uma alimentação equilibrada e completa, sendo a suplementação proteica utilizada apenas se não houver ingestão de proteína suficiente na dieta normal ou sempre que se justifique”.
O glúten foi outro dos assuntos que mereceu a atenção e debate dos participantes. As nutricionistas referiram que esta proteína deve ser retirada da alimentação apenas em caso de presença de sensibilidade, intolerância ou doença celíaca.
10 Princípios da Dieta Mediterrânea em Portugal
- Frugalidade e cozinha simples que preserva os nutrientes
- Elevado consumo de produtos vegetais em detrimento do consumo de alimentos de origem animal
- Consumo de produtos vegetais produzidos localmente frescos e da época.
- Consumo de azeite como principal fonte de gordura
- Consumo moderado de lacticínios
- Utilização de ervas aromáticas em detrimento do sal
- Consumo frequente de pescado e baixo de carnes vermelhas
- Consumo baixo a moderado de vinho
- Água como principal bebida
- Convivialidade à volta da mesa
NR/HN
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