Cerca de 60 mil pessoas testam vacinas chinesas “sem efeitos adversos sérios”

20 de Outubro 2020

Cerca de 60 mil pessoas em vários países receberam vacinas experimentais chinesas contra a doença Covid-19 no âmbito de quatro ensaios clínicos, avançou esta terça-feira um alto funcionário governamental chinês, assegurando que nenhum voluntário apresentou “efeitos adversos sérios”.

“Os ensaios clínicos de fase III das quatro vacinas (chinesas) estão a avançar”, afirmou o sub-diretor do Departamento de Desenvolvimento Social do Ministério da Ciência e da Tecnologia chinês, Tian Baoguo, em declarações à comunicação social, referindo que cerca de “60 mil voluntários receberam uma” das quatro potenciais vacinas contra a Covid-19.

“Os efeitos adversos são comuns e normais numa potencial vacina. Das 60 mil pessoas que receberam a vacina, algumas tiveram efeitos adversos leves, como inchaço na zona da administração da vacina ou febre, mas nenhum efeito secundário sério foi relatado”, assegurou o mesmo alto funcionário governamental.

A fase III de testes clínicos é a última fase antes de uma vacina receber a aprovação das autoridades regulatórias.

A China, onde o novo coronavírus (SARS-Cov-2) foi detetado pela primeira vez em dezembro de 2019, praticamente erradicou a epidemia, registando sobretudo casos de infeção importados.

A Comissão de Saúde da China informou hoje que o país diagnosticou 19 casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, todos oriundos do exterior.

Desde o início da pandemia, a China registou 85.704 infetados e 4.634 mortos devido à Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2.

O gigante asiático está entre os países que registam avanços mais significativos na investigação sobre uma potencial vacina contra a doença Covid-19, já matou mais de 1,1 milhões de pessoas em todo o mundo desde o final de dezembro de 2019.

Em todo o mundo, e até ao momento, existem mais de 40,4 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus.

Vários fabricantes chineses estão na corrida para produzir uma vacina contra a Covid-19, como é o caso das empresas Sinovac e Sinopharm.

As duas farmacêuticas recorreram a outros países para realizar os testes clínicos em pessoas, nomeadamente o Brasil, Indonésia e a Turquia.

Com a identificação na China de poucos novos casos diários de infeção, “as condições não estavam mais reunidas para conduzir um ensaio clínico de fase 3” no território chinês, esclareceu Tian Baoguo.

Até à data, não existe nenhuma vacina operacional contra a Covid-19, ou seja, nenhuma vacina recebeu a aprovação para uma distribuição comercial de grande escala.

No entanto, as autoridades chinesas estão a autorizar a utilização de emergência de algumas destas vacinas experimentais.

Desde julho, no território chinês, centenas de milhares de pessoas que trabalham em setores designados como de risco e essenciais, como os portos ou os hospitais, já foram vacinadas.

Até ao final do ano, a China prevê ter capacidade para produzir 610 milhões de doses anuais de várias vacinas contra a Covid-19.

As autoridades chinesas anteveem que esta produção anual aumente para mais de mil milhões de doses até 2021.

LUSA/HN

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