A cientista Elvira Fortunato, em declarações à Lusa, destacou o papel da instituição na criação do Laboratório Conjunto de Materiais Eletrónicos China-União Europeia, que será estabelecido em Hefei, capital da província de Anhui, no leste da China.
Recentemente, o consórcio que irá gerir o laboratório foi fortalecido pela inclusão da Universidade de Valência, em Espanha, e conta com o apoio da Academia Europeia de Ciências. Fortunato enfatizou que o laboratório irá focar-se na investigação em eletrónica flexível e sustentável, mencionando aplicações biomédicas, como “membranas com eletrónica que se podem conformar, por exemplo, à pele”.
Outro destaque da investigação será o desenvolvimento de células fotovoltaicas flexíveis, que se destacam pelo seu baixo peso e adaptabilidade, permitindo que possam ser utilizadas em ambientes espaciais. O acordo para a criação deste laboratório foi assinado em junho, embora a construção do edifício ainda esteja em andamento em Hefei.
Elvira Fortunato e o seu marido, Rodrigo Martins, conhecido pela invenção do “papel eletrónico”, o primeiro transístor feito de papel, estão atualmente em Macau, onde participaram numa conferência sobre materiais avançados sustentáveis. Martins revelou que “parte da instalação do laboratório já foi aprovada e já tem financiamento”, prevendo-se que comece a funcionar “o mais tardar em 2026”.
Uma vez operacional, o laboratório promoverá o intercâmbio de pessoal e alunos de doutoramento entre a China e Portugal, além da organização conjunta de seminários e outros eventos académicos.
Fortunato e Martins deslocar-se-ão em breve a Hefei para se reunirem com o governador da província de Anhui, Wang Qingxian, e acompanharem de perto o progresso do laboratório, que representa uma colaboração de grande importância entre as instituições científicas dos dois países.
NR/lusa/HN
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