EndoMarcha em Lisboa alerta para endometriose e necessidade de cuidados de saúde integrados

19 de Março 2025

A EndoMarcha, marcada para 29 de março em Lisboa, alerta para a endometriose, uma doença crónica que afeta 350 mil mulheres em Portugal. A iniciativa defende diagnóstico precoce, tratamentos integrados e a preservação da fertilidade, combatendo a dor e a infertilidade associadas.

A EndoMarcha, uma marcha de sensibilização para a endometriose, realiza-se no próximo dia 29 de março, em Lisboa, no Parque das Nações, junto ao Pavilhão de Portugal. A iniciativa, organizada pela MulherEndo – Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose, visa alertar para a necessidade de melhores cuidados de saúde para uma doença crónica que afeta cerca de 350 mil mulheres em Portugal, ou seja, uma em cada 10 em idade reprodutiva.

A endometriose é uma condição marcada por dor crónica, muitas vezes incapacitante, e por problemas de fertilidade, que podem comprometer o sonho da maternidade. A Dra. Catarina Marques (na imagem), ginecologista do IVI Lisboa, sublinha a importância de um diagnóstico atempado e de um acompanhamento médico integrado: “A endometriose é devastadora, não só pela dor física, mas também pelo impacto emocional e pelo risco de infertilidade. O diagnóstico tardio, que pode ultrapassar os 10 anos, agrava o sofrimento das mulheres.”

A marcha pretende reunir centenas de participantes para exigir cuidados de saúde diferenciados e multidisciplinares, que incluam especialistas em nutrição, psicologia e fisioterapia do pavimento pélvico, entre outros. Susana Fonseca, presidente da MulherEndo, defende um “acompanhamento digno e adequado nos hospitais, que devolva qualidade de vida às mulheres e controle os sintomas da doença”.

A endometriose não tem cura, mas pode ser tratada com terapias hormonais, intervenções cirúrgicas como a laparoscopia e, em casos de infertilidade, com técnicas de procriação medicamente assistida. A Dra. Catarina Marques reforça que “a idade da mulher é um fator determinante para uma gravidez, pelo que o diagnóstico precoce é essencial”.

A dor associada à endometriose, que inclui dor menstrual, dor na relação sexual, dor ao evacuar ou ao urinar, não deve ser normalizada. “Dores menstruais lancinantes não são normais. Esta normalização da dor explica o atraso no diagnóstico correto”, alerta a especialista.

O evento começa às 11h00, com o levantamento de kits de oferta na Tenda da MulherEndo, seguindo-se discursos no palco às 14h00. A marcha tem início às 15h00 e termina às 16h00, com encerramento previsto para as 16h30. As inscrições podem ser feitas online para facilitar a logística e a entrega dos kits.

A EndoMarcha é um apelo à ação, unindo vozes para combater o estigma, melhorar o acesso a tratamentos e garantir que a endometriose deixe de ser uma doença silenciosa e subdiagnosticada.

PR/HN/MM

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Carlos Cortes: Prioridades da Ordem dos Médicos para o XXV Governo

Carlos Cortes, Bastonário da Ordem dos Médicos, defende que o próximo Governo deve apostar na valorização dos recursos humanos, na reforma da gestão do SNS e na centralidade da pessoa nos cuidados de saúde. Propõe políticas de retenção de médicos, autonomia de gestão e humanização transversal do sistema.

Ana Escoval: Eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

Ana Escoval, Professora Catedrática Jubilada da ENSP (NOVA) e vogal da Direção da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar, analisa as propostas dos partidos para as legislativas de 18 de maio, destacando a necessidade de inovação, integração de cuidados, racionalização de recursos e reforço da cooperação público-privada como eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

Evoluir o SNS: Reflexão de Luís Filipe Pereira sobre o Futuro da Saúde em Portugal

Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde, analisa os desafios estruturais do SNS, destacando a ineficiência do Estado nas funções de prestador, financiador e empregador. Defende a transição para um Sistema de Saúde que integre prestadores públicos, privados e sociais, promovendo eficiência e liberdade de escolha para os utentes.

Liderança em Saúde em Eventos Extremos: Estamos preparados?

Carolina Duarte Lopes
Mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de Lisboa.
Centro de Investigação em Saúde Pública (CISP), Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de Lisboa.

Jair Bolsonaro deverá ter alta nos próximos dias

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que continua a recuperar de uma cirurgia ao intestino, receberá alta hospitalar “nos próximos dias”, segundo o boletim médico divulgado hoje.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights