A Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa foi, esta manhã, palco da inauguração do novo laboratório da Lx Bio, um marco significativo para o setor da biotecnologia em Portugal. A cerimónia contou com a presença da Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que, perante uma plateia composta por investigadores, académicos, profissionais de saúde e representantes do setor farmacêutico, reforçou a importância da aposta nacional na ciência e na inovação como motores de progresso e sustentabilidade do sistema de saúde.

Aos jornalistas, Ana Paula Martins sublinhou que a inauguração do laboratório da Lx Bio é apenas um exemplo do caminho que o país deve continuar a trilhar, apostando na ciência, na inovação e na colaboração como pilares de um sistema de saúde moderno, eficiente e centrado nas pessoas.

Durante a sua intervenção, Ana Paula Martins evidenciou o papel fundamental que a biotecnologia desempenha na resposta aos desafios atuais da saúde pública. Referiu que a criação deste laboratório, dedicado à investigação e desenvolvimento de terapias avançadas, como as células CAR-T e anticorpos monoclonais, representa um avanço sem precedentes na capacidade científica e tecnológica do país. A governante sublinhou ainda que esta infraestrutura, a primeira na Península Ibérica com estas valências, permitirá não só acelerar a investigação pré-clínica, mas também potenciar a transferência de conhecimento entre a academia e a indústria, promovendo um ecossistema de inovação capaz de atrair talento e investimento para Portugal.

Na cerimónia foram descerradas duas placas evocativas do acontecimento, que serão colocadas no laboratório colaborativo

Ana Paula Martins sublinhou ainda que a inauguração do laboratório da Lx Bio é um exemplo claro da colaboração entre instituições académicas, empresas e o Estado, uma parceria que considera essencial para garantir que o conhecimento gerado nas universidades se traduza em benefícios concretos para os cidadãos e Destacou a necessidade de consolidar redes de investigação e de criar condições para que os jovens cientistas possam desenvolver carreiras em Portugal, contribuindo para a retenção de talento e para o reforço da competitividade internacional do país na área da saúde.

Ana Paula Martins aproveitou a ocasião para reiterar o compromisso do Governo com o reforço do investimento em investigação e desenvolvimento, reconhecendo que só através da aposta contínua na inovação será possível responder às necessidades emergentes da população, nomeadamente no que diz respeito às doenças crónicas, ao envelhecimento e à personalização dos cuidados médicos. Defendeu que a biotecnologia, ao permitir o desenvolvimento de terapias cada vez mais direcionadas e eficazes, será determinante para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde e para a melhoria dos resultados em saúde.

O novo laboratório, único na Península Ibérica representa um investimento inicial de quatro milhões de euros, prevendo-se que o valor total atinja os 20 milhões nos próximos três anos.

Durante a visita às instalações, o Professor João Gonçalves, catedrático em Biotecnologia e Imunologia, explicou as potencialidades do novo centro, que permitirá a realização de ensaios piloto, estágios e projetos de investigação aplicada.

Esta unidade distingue-se pela capacidade de investigação e desenvolvimento de células CAR-T e anticorpos monoclonais, tecnologias consideradas de ponta no combate a doenças oncológicas e imunitárias. As terapias CAR-T envolvem a modificação genética das células T do próprio doente, permitindo que reconheçam e eliminem células cancerígenas de forma personalizada e eficaz. Paralelamente, a produção de anticorpos monoclonais abre portas a tratamentos inovadores para diversas patologias, reforçando a posição de Portugal no panorama internacional da biotecnologia.

O laboratório funcionará como uma CRO (Organização de Investigação por Contrato), facilitando a transição entre a investigação pré-clínica e o desenvolvimento clínico. Destina-se a apoiar empresas farmacêuticas, start-ups, instituições académicas e parceiros internacionais, promovendo a colaboração e o avanço de novas terapias. O primeiro contrato já foi firmado com a empresa suíça T-Oncology, sinalizando a atratividade do projeto para o mercado global.

Ana Paula Martins salientou que a colaboração entre a Lxbio e a Faculdade de Farmácia “é um bom exemplo de que o tempo de instituições fechadas sobre si próprias, incapazes de atuar perante a mudança, está a terminar”. Ana Paula Martins acrescentou que projetos como este servem para “captar investimentos, investigar, transformar o conhecimento em valor económico”. Mas, também, “para garantir mais acesso a tecnologias em saúde, colocando Portugal no mapa e na agenda
da fileira biotecnológica”.

O diretor de Market Access & Public Affairs da Lxbio, Luís Rocha, aproveitou o momento para anunciar o primeiro contrato da Lxbio com a empresa suíça T-Oncology. “Estamos a reforçar a capacidade de prestar serviços a parceiros académicos, start-ups e empresas farmacêuticas em fases críticas de I&D”, disse.

Também presente na cerimónia, a diretora da Faculdade de Farmácia, Graça Soveral, destacou a importância estratégica desta parceria para a valorização da investigação e do desenvolvimento clínico, sublinhando o impacto positivo na formação, na competitividade científica e na qualidade de vida da sociedade.

A Lxbio Pharmaceuticals, responsável pelo projeto, é uma empresa biofarmacêutica portuguesa dedicada ao desenvolvimento de soluções inovadoras para necessidades médicas não atendidas, com foco em terapia fágica, anticorpos monoclonais, células CAR-T e sistemas avançados de administração de fármacos. A sua divisão CRO, Lxbio Ab, especializa-se na produção e otimização de biológicos, apoiando o desenvolvimento desde a descoberta até à fase clínica inicial.

Com este investimento, Lisboa afirma-se como um polo de excelência em biotecnologia, colocando Portugal no centro da agenda europeia para terapias avançadas e reforçando o compromisso nacional com a inovação em saúde.

PR/HN/MM