O tabagismo continua a ser uma das principais causas evitáveis de morte em Portugal e no Mundo. Pese o facto das campanhas de saúde pública e os métodos convencionais de cessação, como terapias de reposição de nicotina e medicamentos, terem vindo a ter um impacto significativo na redução de fumadores ativos, muitos destes fumadores continuam a encontrar grandes dificuldades para abandonar a dependência tabágica. É neste contexto, que surge a auriculoterapia como uma abordagem inovadora e reconhecida pela Organização Munidal de Saúde, que merece maior atenção por parte da comunidade médica e da sociedade em geral.
A auriculoterapia, fundamenta-se na ideia de que o pavilhão auricular reflete um mapa completo do corpo humano. Quando certos pontos são estimulados é possível influenciar sistemas orgânicos e promover equilíbrio físico e emocional. No caso do tabagismo, o foco está em pontos ligados à ansiedade, ao vício, ao sistema respiratório e à desintoxicação.
Um dos grandes trunfos desta técnica é a sua ação rápida na redução dos sintomas de abstinência, como irritabilidade, insónia e compulsão. A esmagadora maioria dos pacientes que tenho atendido há mais de uma década relata um relaxamento e uma total inibição da apetência tabágica logo após o tratamento. Além disso, trata-se de um método natural, não invasivo e isento de medicamentos, o que o torna especialmente atrativo para quem deseja evitar fármacos ou já tentou outros métodos sem sucesso.
Importa sublinhar que a auriculoterapia não substitui o desejo e o compromisso do fumador em deixar o cigarro, mas atua de forma poderosa no processo de cessação. Em 2024, tivemos uma taxa de sucesso de 83,7% com o método Viver Sem Fumo, e, ao refletir sobre esse feito, não posso deixar de me sentir emocionada e extremamente grata. Este número não é apenas uma estatística: representa histórias reais de superação, de vidas transformadas e de pessoas que finalmente conseguiram libertar-se de algo que, por tanto tempo, parecia ser maior do que elas mesmas.
A chave do sucesso da auriculoterapia por electroestimulação está no fato de que entendemos que não existe apenas uma solução para todos. Cada pessoa é única, com suas próprias dificuldades, medos e desafios. Naturalmente, ainda há ceticismo por parte de alguns profissionais, sobretudo pela falta de estudos em larga escala. Contudo, a prática clínica e os relatos consistentes de pacientes satisfeitos indicam que a auriculoterapia tem um lugar legítimo entre as opções terapêuticas para desabituação tabágica.
Se a auriculoterapia oferece uma via mais acessível, confortável e eficaz para alcançar esse objetivo, então ela deve ser amplamente divulgada e disponibilizada, pois tem vindo a apresentar resultados promissores como principal método eficaz para a desabituação tabágica.
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