Angioedema Hereditário: SPAIC alerta para diagnóstico precoce e tratamento individualizado

13 de Maio 2025

No Dia Mundial do Angioedema Hereditário, a SPAIC sublinha a importância do diagnóstico precoce e do acesso a terapêuticas adequadas para esta doença rara, que afeta cerca de 200 a 300 portugueses e pode ser potencialmente fatal.

O Dia Mundial do Angioedema Hereditário (AEH), assinalado a 16 de maio, serve de alerta para a necessidade de maior consciencialização sobre esta doença rara, mas potencialmente fatal, que afeta cerca de 200 a 300 pessoas em Portugal. A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) destaca que o AEH não é apenas um problema médico, mas uma condição que impacta profundamente a qualidade de vida dos doentes portugueses.

O AEH é uma doença genética autossómica dominante, resultante de alterações em genes que codificam o C1 inibidor, uma enzima essencial para a regulação de várias proteínas do organismo. A deficiência desta enzima leva ao aumento descontrolado da bradicinina, desencadeando episódios recorrentes e imprevisíveis de edema na pele ou submucosa, afetando mãos, pés, face, genitais, trato gastrointestinal e laringe. Estes episódios podem ser dolorosos, desfigurantes e, em situações graves, comprometer a vida, sobretudo quando atingem as vias aéreas.

O impacto do AEH vai além dos sintomas físicos. Os doentes vivem com níveis elevados de stress e ansiedade, motivados pelo medo constante de novas crises, o que condiciona escolhas profissionais, relacionamentos e atividades de lazer. A imprevisibilidade dos episódios e o risco de complicações graves levam muitos a ajustar permanentemente as suas rotinas.

Nos últimos anos, a abordagem ao AEH evoluiu significativamente, com a introdução de novos tratamentos e uma gestão mais personalizada, centrada no doente. O objetivo atual é o controlo completo da doença, permitindo a normalização da vida dos afetados. Contudo, o diagnóstico continua a ser um desafio devido à variedade de manifestações clínicas e ao desconhecimento generalizado, inclusive entre profissionais de saúde. No passado, os doentes podiam passar anos sem diagnóstico, enfrentando crises recorrentes sem explicação.

A SPAIC reforça a necessidade de formação dos médicos, sobretudo nos serviços de urgência, para reconhecer sinais críticos como edema laríngeo, dor abdominal intensa e edemas cutâneos sem prurido ou lesões típicas. A ausência de resposta a anti-histamínicos e corticosteroides, bem como a existência de casos familiares, são pistas importantes para diferenciar o AEH de outras formas de angioedema.

Neste Dia Mundial, a mensagem central da SPAIC é clara: reconhecer precocemente os sintomas, garantir acesso ao diagnóstico correto e às terapêuticas adequadas são passos essenciais para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos doentes com angioedema hereditário em Portugal.

PR/HN/MM

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Rosário Trindade apela a colaboração estruturada no Health Re:Design Summit

Rosário Trindade, Diretora de Assuntos Corporativos e Acesso ao Mercado da AstraZeneca, defendeu hoje no Health Re:Design Summit, na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, a necessidade de uma colaboração mais estruturada e responsável entre setor público e privado para garantir o acesso equitativo à saúde em Portugal.

Fragmentação institucional ameaça eficiência do SNS, alerta Pedro Pita Barros

Na sua intervenção no Health Re:Design Summit, realizado hoje na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, Pedro Pita Barros, Professor Catedrático da NOVA SBE, alertou para os riscos da fragmentação institucional no sistema de saúde português e defendeu a necessidade de clarificar responsabilidades para garantir melhores resultados em saúde.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights