A posição foi hoje expressa em conferência de imprensa, na qual o sindicato anunciou a realização de uma marcha este sábado, em solidariedade para com o presidente do sindicato suspenso da sua atividade profissional, na sequência de um processo disciplinar por alegada violação de sigilo profissional.
Segundo o presidente do SINMEA, Adriano Manuel, estão a ser feitos “gastos exorbitantes” que podiam ser usados para outras situações, referindo-se à inauguração de novos centros de hemodiálise.
“O custo de um centro de hemodiálise, bem como a manutenção da hemodiálise, é 50 vezes mais se tivéssemos que prevenir, subentende-se aqui que as grandes patologias que levam à hemodiálise no nosso país são a hipertensão arterial, diabetes e a malária, principalmente nas crianças. Se trabalharmos na prevenção, essas pessoas nunca vão chegar a ter insuficiência renal”, considerou.
O dirigente sindical criticou que ao invés de se trabalhar na prevenção trabalha-se para o sistema curativo e “isso só acontece porque o Governo não conversa com as pessoas”.
“Nós devíamos começar a prevenir a hipertensão arterial, devíamos trabalhar no sistema de saúde primário, é lá onde se identificam os potenciais elementos que poderão chegar à insuficiência renal e é a partir dali que vamos trabalhar”, frisou.
Adriano Manuel defendeu que haja subvenção dos medicamentos para a hipertensão, diabetes, “como em qualquer parte do mundo”, por serem doenças crónicas com tratamentos muito caros, pelo que é impossível às pessoas suportarem os gastos.
“O dinheiro que se gasta para a manutenção da hemodiálise, se o Governo pegasse esse dinheiro e subvencionasse os fármacos para a hipertensão arterial, para as diabetes e acima de tudo para a malária, de certeza absoluta que teríamos poucos doentes com insuficiência renal. Quando isso não acontece estamos a investir muito na medicina curativa quando devíamos investir preferencialmente na medicina preventiva”, salientou.
O Presidente angolano inaugurou esta segunda-feira, um novo centro de hemodiálise, em Luanda, o quinto e o maior no país, criados nos últimos dois anos, investimento cujo valor que não foi avançado, prevendo-se a construção de outros nos próximos meses, sendo objetivo do Governo a criação de pelo menos um centro em todas as capitais de províncias.
LUSA/HN
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