Em comunicado conjunto as três organizações adiantam que “têm recebido milhares de contactos dos seus associados, reclamando o direito a ser vacinados de acordo com as prioridades anunciadas e preocupados com a falta de informação e desorganização”.
A Ordem dos Médicos (OM), o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) anunciam que vão exigir às autoridades competentes um ponto de situação oficial sobre a vacinação dos médicos por região e local de trabalho, e denunciar e reclamar junto das autoridades nacionais e internacionais.
O Ministério da Saúde, referem, anunciou que iria arrancar a primeira fase do Plano de Vacinação Covid-19 com os médicos e profissionais de saúde, cumprindo as normas da União Europeia assim como a intenção de vacinar todos os profissionais de saúde na primeira fase.
Contudo a OM, o SIM e a FNAM garantem que um mês volvido Portugal está longe de cumprir esse objetivo.
“Em hospitais como Alcoitão, Ortopédico da Parede, SAMS, Cruz Vermelha, misericórdias e hospitais e consultórios privados por todo o país, os profissionais de saúde não fizeram sequer a primeira dose, a que se juntam os prestadores das atividades de risco, de limpeza e segurança”, explicam as estruturas considerando que com isso, “para além de colocar em risco a saúde e a vida dos profissionais de saúde e seus familiares, arriscam-se os escassos meios humanos disponíveis para combater a calamidade” que assola o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
No comunicado as três estruturas dizem estar indignadas “pelo facto de muitos milhares de médicos estarem a ser renegados no plano de vacinação, num processo cuja falta de transparência e equidade é indisfarçável”.
“A situação é grave tanto para os médicos do SNS, como para os médicos que não pertencendo aos quadros do SNS e que todos os dias contactam doentes, nomeadamente doentes infetados”, acrescentam.
Por cada médico infetado ou contacto de alto risco, sublinham, além do impacto no próprio e na sua família, ficarão por realizar muitas consultas, exames e cirurgias, e aumenta ainda mais a pressão sobre os serviços de saúde.
“Não vacinar todos os médicos é condenar os doentes a ficarem sem acesso a cuidados de saúde”, frisam.
A OM, o SIM e a FNAM vão exigir às autoridades competentes um ponto de situação oficial sobre a vacinação dos médicos por região e local de trabalho, e denunciar e reclamar junto das autoridades nacionais e internacionais a tremenda injustiça, de consequências imprevisíveis, a que temos vindo a assistir.
Portugal registou hoje 293 mortos relacionados com a covid-19, um novo máximo diário desde o início da pandemia, e 15.073 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Hoje é o segundo dia com maior número de novos casos diários de infeção. O valor mais alto foi atingido em 23 de janeiro, quando as autoridades registaram 15.333 casos de infeção em 24 horas.
O boletim epidemiológico revela também que estão internadas 6.603 pessoas, mais 131 em relação a terça-feira, o que representa um máximo diário de internamentos, das quais 783 em unidades de cuidados intensivos (mais 18 nas últimas 24 horas).
LUSA/HN
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