Ordem dos Farmacêuticos lamenta “condenação” de ex-diretora de farmácia do Tâmega e Sousa

3 de Fevereiro 2021

A Ordem dos Farmacêuticos lamentou esta quarta-feira a "condenação pública" da responsável da farmácia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) pela perda de 600 vacinas de Covid-19, sem que sejam conhecidas as conclusões do inquérito.

“A Ordem dos Farmacêuticos lamenta a condenação pública a que está a ser sujeita a farmacêutica responsável pela farmácia hospitalar, sem que sejam conhecidas as conclusões do processo de inquérito ou outras averiguações em curso”, refere, em comunicado.

Na segunda-feira, fonte hospitalar disse à Lusa que a diretora dos serviços farmacêuticos do CHTS “foi substituída”, na sequência da inutilização de 600 doses de vacinas de Covid-19 por problemas de refrigeração, ocorridos na semana passada.

A fonte da administração do CHTS acrescentou à agência Lusa que ainda decorre o inquérito à situação ocorrida na semana passada, recusando-se a adiantar mais pormenores.

Contudo, segundo a Ordem dos Farmacêuticos, aquela situação, “além de pôr em causa o princípio de presunção de inocência, é reveladora de incapacidade de liderança, ao permitir que seja responsabilizado individualmente, e de forma prematura, um dos colaboradores do hospital por problemas que resultam também de um sistema sobrecarregado, com recursos limitados e, em muitos casos, obsoletos ou até de eventuais carências e ineficiências já reportadas hierarquicamente”.

A Ordem dos Farmacêuticos diz “disponibilizar apoio jurídico a todos os seus membros e, neste contexto, acompanha as diligências em curso no âmbito do processo de inquérito instaurado pelo CHTS”.

A Ordem indica, ainda, que, “durante estes dias e até ao momento, não recebeu qualquer contacto formal do Conselho de Administração, que iniciou um processo de inquérito interno para apurar responsabilidades, tal como não recebeu qualquer queixa, reclamação ou denúncia sobre a atuação de profissionais eventualmente envolvidos neste caso”.

A fonte hospitalar informou que o problema com as vacinas ocorreu com 113 frascos (cada um daria para cinco ou seis vacinas) que tinham chegado em 25 de janeiro ao hospital e seriam para ser administradas no dia seguinte.

Referiu ainda que o conselho de administração “ordenou de imediato a abertura de um processo de inquérito, para apuramento detalhado do sucedido e das respetivas responsabilidades, estando em avaliação a apresentação de participação por eventual processo crime”.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.237.990 mortos resultantes de mais de 103,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 13.017 pessoas dos 731.861 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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