“Claro que, como profissionais de saúde, gostaríamos de ver mais residentes vacinados”, admitiu, em conferência de imprensa, o médico Lo Iek Long, dos Serviços de Saúde.
Contudo, frisou que o programa de vacinação para o território com cerca de 680 mil pessoas é voluntário e que o Governo não vai obrigar ninguém a ser vacinado.
“Estamos a tentar atrair a população a vacinar” através de serviços e marcações facilitadas, observou Lo Iek Long.
Neste momento, como o território não tem casos comunitários, a população não tem pressa, parte da população está a esperar para ver como decorre a situação e não se “atrevem a serem os primeiros a experimentar”, justificaram as autoridades, na mesma conferência de imprensa.
Macau, que mantém fortes restrições fronteiriças, não registou qualquer morte entre os 48 casos detetados desde o início da pandemia de Covid-19. As autoridades não identificaram também qualquer surto local ou casos entre o pessoal da linha da frente.
Ainda assim, a coordenadora do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Leong Iek Hou, disse que o programa de inscrições está “de acordo com as previsões” do Governo.
“Temos em mão mais de 600 mil doses de vacinas”, frisaram, na conferência de imprensa, acrescentando que o próximo objetivo do Governo é organizar trabalhadores da mesma instituição para a vacinação coletiva.
Desde que o Governo de Macau iniciou o plano de vacinação contra a doença causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, no dia 09 de fevereiro, cerca 15 mil pessoas foram já vacinadas e mais de 34 mil agendaram a vacinação, de acordo com os últimos dados hoje atualizados.
Durante o fim de semana, mais 500 mil vacinas chegaram ao território.
No sábado, a vacina contra a Covid-19 produzida pelo laboratório alemão BioNtech chegou a Macau e começa a ser disponibilizada aos residentes a partir de quarta-feira.
No domingo, chegaram 400 mil doses da vacina inativada da Sinopharm.
Com “as 100 mil doses de vacina que chegaram a Macau em janeiro, já foram recebidas 600.425 doses de vacinas, número considerado suficiente para que pelo menos 300.000 residentes possam receber as duas doses da vacina”, indicou, no domingo, o diretor dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, em comunicado.
A população pode escolher entre as vacinas Sinopharm, BioNtech e AstraZeneca, que deve chegar a partir de junho.
Além dos residentes, trabalhadores não residentes (TNR), alunos autorizados a permanecer em Macau e reclusos vão ter acesso gratuito à vacina, cuja administração está a ser realizada em 12 centros de saúde e no hospital Conde de São Januário.
Os restantes não residentes de Macau, mas legalmente autorizados a permanecer no território, vão pagar a taxa de administração da vacina de 250 patacas (cerca de 26 euros) por cada dose de vacina, de acordo com o decreto publicado no Boletim Oficial do território.
Macau vai receber, ao todo, cerca de 1,3 milhões de doses, 400 mil de cada uma das três marcas, e participa também na plataforma global Covax, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Aliança Global para Vacinas e Imunização (GAVI).
Lusa/HN
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