Os Açores juntam-se assim ao resto do país, onde a decisão já havia sido tomada pelos governos nacional e da Madeira.
No habitual ‘briefing’ sobre o ponto de situação da pandemia, Tiago Lopes explicou que a decisão foi tomada porque, “da parte da população, já existe mais à vontade na circulação na via pública”, sendo “percetível que o distanciamento físico diminuiu de forma significativa na região”, o que “é compreensível mas não, de todo, aceitável”.
O responsável falava em Angra do Heroísmo, num dia em que não se registaram casos novos de infeção por covid-19.
Considerando que o uso obrigatório das máscaras “ficaria sempre sujeito às atitudes e comportamentos por parte dos cidadãos ao longo dos dias e do acompanhamento que ia ser feito da evolução do surto”, e sendo “percetível que o distanciamento físico poderá não ser cumprido”, o responsável declarou que “é, de todo, recomendável a introdução da obrigatoriedade do uso de máscaras de uso comunitário e social na região”.
Nos Açores, tanto as ordens dos médicos e enfermeiros, bem como os diferentes partidos, têm vindo a reivindicar a introdução do uso obrigatório de máscaras, mas o Governo Regional apenas as recomendou.
A Região Autónoma dos Açores era a única do país onde não vigorava a obrigatoriedade do uso de máscara por parte dos cidadãos.
A utilização de máscaras começa a ser obrigatória na Madeira já a partir da próxima segunda-feira, no interior de todos os espaços comerciais, serviços públicos e transportes coletivos.
A medida, anunciada na quinta-feira pelo presidente do Governo Regional madeirense, Miguel Albuquerque, abrange tanto funcionários como clientes e surge no contexto de retoma das atividades económicas.
O primeiro-ministro, António Costa afirmou, entretanto, na quinta-feira que também no continente vai ser obrigatório o uso de máscaras comunitárias em espaços onde exista maior concentração de pessoas, como os transportes públicos, os estabelecimentos comerciais e as escolas.
Exemplificando com uma reportagem da RTP/Açores, Tiago Lopes disse que foi evidente o comportamento das pessoas num mercado “bastante conhecido” de Ponta Delgada e defendeu que “não se podendo deitar tudo a perder”, até porque, “na via pública, já são visíveis os pequenos ajuntamentos de pessoas”.
O responsável admitiu ainda a possibilidade de existirem coimas para quem não use a máscara obrigatoriamente para “salvaguardar a saúde pública”.
Questionado sobre a ausência das máscaras que o Governo dos Açores prometeu começar a distribuir pelos lares açorianos há duas semanas, referiu que a Autoridade de Saúde tem sido confrontada com “alguns constrangimentos”.
“O mercado tem alguma quantidade disponível e as produzidas na região também começam a ser distribuídas. E vou ser muito sincero: não existindo quantidades suficientes de máscaras, se calhar, por esta via consegue-se restringir a circulação na via pública”, declarou Tiago Lopes.
Os Açores não registaram nas últimas 24 horas casos novos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, tendo a assinalar quatro casos de recuperação de mulheres com idades compreendidas entre os 28 e os 58 anos, todas residentes na ilha de São Miguel.
Até ao momento, já foram detetados na região um total de 143 casos, verificando-se 53 recuperados, 14 óbitos e 76 casos positivos ativos, sendo 58 em São Miguel, dois na ilha Terceira, quatro na Graciosa, dois em São Jorge, cinco no Pico e cinco no Faial.
Portugal contabiliza 1.043 mortos associados à covid-19 em 25.282 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde divulgado hoje.
Relativamente a sábado, há mais 20 mortos (+2%) e mais 92 casos de infeção (+0,4%).
Das pessoas infetadas, 856 estão hospitalizadas, das quais 144 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados passou de 1.671 para 1.689.
LUSA/HN
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