“Não queremos forçar ninguém a fazer o que quer que seja. (…) Mas interrogo-me sobre os interesses que defendem essas pessoas: será o das empresas farmacêuticas ou o dos cidadãos europeus?”, disse o líder russo.
“Hoje, podemos dizer com segurança que as vacinas russas são absolutamente confiáveis e seguras. É um sucesso absoluto dos nossos cientistas e especialistas”, disse Putin, para criticar a forma como as autoridades sanitárias europeias e a própria Comissão Europeia tem lidado com a aprovação dos fármacos desenvolvidos com tecnologia russa.
O Presidente russo disse que está a perder a paciência com este caso, explicando que não compreende como é que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ainda continua a analisar o pedido de aprovação da Sputnik V.
Hoje, os produtores da vacina Sputnik V também acusaram o comissário europeu Thierry Breton de ter uma abordagem “tendenciosa”, quando disse que a União Europeia não precisa da vacina russa na campanha de combate contra a pandemia.
Por seu lado, a União Europeia criticou Moscovo pela sua política de vacinas, acusando o Governo russo de estar a utilizar os fármacos como instrumento de “propaganda” para ganhar influência no cenário internacional.
Putin anunciou que será vacinado na terça-feira, sem esclarecer qual das três vacinas aprovadas na Rússia irá tomar.
A Rússia aprovou três vacinas contra a Covid-19: a Sputnik V, a EpiVacCorona e a CoviVac (esta última ainda na fase final de estudo clínicos).
Um estudo publicado na reputada revista Lancet revelou que a Sputnik V é 91% eficaz na luta contra o novo coronavírus e parece evitar totalmente que as pessoas inoculadas fiquem gravemente doentes, embora ainda não seja claro se o fármaco pode prevenir a propagação da doença.
Os opositores do Kremlin têm criticado Putin por este ainda não se ter vacinado, argumentando que a sua relutância está a alimentar receios da população sobre o uso das vacinas.
O Presidente russo disse que mais de seis milhões de pessoas na Rússia já receberam pelo menos uma dose desta vacinas e quatro milhões já estão totalmente imunizados, números que são muito baixos, num país com cerca de 146 milhões de habitantes.
A vacinação com a Sputnik V, desenvolvida na Rússia, começou logo em dezembro, ainda antes do fármaco ter completado todas as fases de testes clínicos, mas o ritmo de imunização tem vindo a abrandar nas últimas semanas.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.716.035 mortos no mundo, resultantes de mais de 123 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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