EUA vão contribuir com 30 milhões de dólares para assistência no combate ao Ébola

26 de Março 2021

Os Estados Unidos da América (EUA) anunciaram esta sexta-feira que vão contribuir com 30 milhões de dólares (25 milhões de euros) para assistência no combate ao Ébola na Guiné-Conacri, República Democrática do Congo e outros nove países da região.

O anúncio foi feito pelo secretário de Estado Antony Blinken numa reunião virtual de alto nível promovida pelos EUA com instituições africanas sobre o combate ao Ébola, a que a Lusa assistiu.

“Tenho o prazer de anunciar hoje que os Estados Unidos alocaram 30 milhões de dólares em assistência para apoiar os governos da República Democrática do Congo [RDCongo] e Guiné nas suas respostas e para o reforço das capacidades contra o vírus do Ébola em nove países fronteiriços de alto risco”, declarou Blinken.

Os EUA vão também enviar peritos e continuar a dar apoios à assistência humanitária na região, acrescentou o responsável, declarando que o objetivo de longo prazo é investir em assistência e ferramentas para o diagnóstico e prevenção de surtos.

O secretário de Estado norte-americano recordou que para o surto de 2021 na Guiné-Conacri, a Agência dos EUA de ajuda ao Desenvolvimento Internacional, USAID, mobilizou 800 mil dólares (679 mil euros) para ajudar o Governo africano a implementar programas comunitários.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, presente na reunião virtual, agradeceu o contributo dos EUA e incentivou aos esforços coletivos para criação de novas estratégias globais de combate a epidemias e pandemias como a Covid-19.

Antony Blinken elogiou os governos da Guiné-Conacri e da RDCongo nas respostas rápidas aos surtos de Ébola, que não apresentam novos casos há mais de 20 dias em ambos os países.

“Os surtos foram detetados cedo e os governos acionaram rapidamente para parar a sua propagação. Organizações internacionais e regionais mobilizaram apoio para a resposta e a Guiné e a RDCongo comunicaram rapidamente com países vizinhos”, declarou o secretário de Estado norte-americano.

Blinken sublinhou ainda que “tudo isto foi feito” ao mesmo tempo que se enfrentava também a ameaça do novo coronavírus SARS-CoV-2 e outras doenças como febre amarela, pólio ou malária.

O secretário de Estado norte-americano lamentou as vidas perdidas por causa das emergências sanitárias, mas acrescentou o reconhecimento “pelas vidas que foram salvas como resultado da resposta dada”.

“Este é um assunto em que os nossos destinos se cruzam”, considerou Blinken, elogiando os esforços coletivos e investimentos internacionais na preparação, resiliência, vigilância de doenças, vacinas e tratamentos.

Para os Estados Unidos, segundo o secretário de Estado, uma “grande lição” de epidemias e surtos anteriores foi a “importância de estabelecer uma linha única de fluxo da resposta” a nível internacional.

Antony Blinken frisou ainda a importância de envolver as comunidades locais e habitantes das áreas afetadas “nas suas próprias línguas, através dos seus próprios líderes, porque essa é a melhor maneira de apresentar informações corretas e combater a desinformação e rumores”.

Aquela que foi a pior epidemia de Ébola da história surgiu na Guiné-Conacri em finais de 2013, foi declarada em 2014 e prolongou-se até 2016, matando 11.300 pessoas e infetando mais de 28.500 na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa.

Na Guiné-Conacri foram notificados, desde 13 de fevereiro deste ano, pelo menos 17 casos, incluindo sete mortes.

Outro surto de Ébola foi confirmado em 07 de fevereiro no nordeste da RDCongo, com pelo menos 11 casos, incluindo quatro mortes.

O vírus Ébola é transmitido através do contacto direto com o sangue e fluidos corporais contaminados de pessoas ou animais.

Provoca febres hemorrágicas e pode atingir uma taxa de mortalidade de 90%.

LUSA/HN

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