Em comunicado, a associação sublinha que a norma relativa à campanha de vacinação contra a Covid-19, atualizada em março, define que a vacinação deve ser prioritária, entre outras situações, para os profissionais de saúde envolvidos na prestação direta de cuidados de saúde em contexto prioritário e que os fisioterapeutas se encaixam nesta situação.
“Os fisioterapeutas, tal como se encontra plasmado na sua descrição de competências e como pode ser facilmente verificado pela sua prática profissional diária, são profissionais de prestação direta de cuidados, cumprindo assim este critério”, afirma.
A Associação Portuguesa de Fisioterapeutas (APFISIO) sublinha que a norma define como “contextos prioritários” aqueles que têm maior probabilidade de exposição ao vírus e/ou prestação de cuidados de saúde a pessoas mais vulneráveis.
“Os fisioterapeutas trabalham diariamente em proximidade física com pessoas muito vulneráveis em todo o ciclo de vida, desde crianças, que muitas vezes não utilizam máscara e são muitas vezes transmissores assintomáticos, a adultos mais velhos, com várias comorbilidades associadas”, lembra a associação, frisando que, além disso, estes profissionais intervêm em contexto domiciliário, “também definido como prioritário na mesma norma”.
Alerta para o facto de os fisioterapeutas não estarem a ser considerados “em nenhuma das duas primeiras fases de vacinação”, colocando em risco a saúde destes profissionais e das pessoas por eles atendidas, e diz que situação já foi reportada ao Ministério da Saúde, à Direção-Geral da Saúde (DGS) e ao coordenador da ‘task force’ para o Plano de Vacinação contra a Covid-19.
“A não aplicação desta norma aos fisioterapeutas e a consequente não vacinação prioritária dos fisioterapeutas coloca em risco a saúde destes e outros profissionais de saúde, bem como dos cidadãos, para além de ser um claro desrespeito por estes profissionais de saúde”, afirma.
A APFISIO recorda o “papel fundamental” que a fisioterapia ocupa “na mitigação do impacto funcional decorrente do confinamento prolongado”, bem como “das sequelas diretas da infeção por covid-19”, quer em contexto público ou privado, para justificar também a necessidade de os fisioterapeutas ocuparem um lugar prioritário no plano de vacinação.
“Atendendo a estes pressupostos, entendemos que é urgente a vacinação de todos os fisioterapeutas que estejam envolvidos na prestação direta de cuidados de saúde”, conclui a APFISIO.
Na quarta-feira, o coordenador da ‘task force’ para o plano de vacinação anunciou que está previsto concluir o processo dos principais grupos prioritários até 11 de abril.
Em Portugal morreram 16.848 pessoas dos 821.722 casos de infeção pelo novo coronavírus confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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