Contactado pela agência Lusa sobre a reabertura de espaços culturais como museus, monumentos e similares, a partir de segunda-feira, o presidente da associação, Jorge Viegas, disse que os galeristas estão satisfeitos por terem ficado incluídos “na data mais antecipada”, deste desconfinamento, “ao contrário do confinamento de 2020”.
“As visitas às galerias podem ser feitas com toda a segurança, e não devem comparadas com espaços para espetáculos, como os teatros”, disse, justificando que estes espaços “têm uma capacidade já de si muito reduzida”.
A Exhibitio congrega 22 galerias em Lisboa, Porto, Braga e Açores, e o presidente não tem conhecimento, até ao momento, de encerramentos provocados pela crise económica que a pandemia está a provocar devido à paralisação da atividade na forma presencial.
“A programação de exposições, muitas delas previstas para abrir em fevereiro, foi suspensa, mas irão reabrir agora com uma forte oferta cultural em várias cidades do país”, indicou Jorge Viegas, comentando que “o público está desejoso de usufruir dessa criação artística, que pode até contribuir para melhorar a saúde mental das pessoas”.
Sobre a continuação da atividade ´online´ após a reabertura, o presidente da Exhibitio disse que “veio para ficar, mas com alguns ajustamentos”: “O ´online´ é, com certeza, uma componente que veio para ficar. As galerias têm as suas plataformas e vão continuar a usá-las para projetos muito específicos”.
Questionado pela Lusa sobre o impacto económico da pandemia nesta atividade, Jorge Viegas indicou que as vendas sofreram com os encerramentos e, por seu lado, a pandemia também afetou a produção dos artistas.
“Não tenho dados concretos sobre a saúde financeira das galerias, mas elas ainda existem, e não tenho conhecimento de nenhum encerramento, embora tenham sofrido alguns ajustes. Há, certamente, uma descapitalização devido à paragem da atividade normal”, avaliou.
Uma “grande preocupação” que vai continuar prende-se com o adiamento sucessivo das feiras de arte contemporânea, nomeadamente a ARCOlisboa, já adiada do ano passado para maio deste ano, e agora, novamente adiada para setembro, com um novo espaço, a Doca de Pedrouços, “a pensar em condições mais arejadas, neste quadro pandémico”.
“Maio não garantia as viagens de colecionadores estrangeiros, o que teria um forte impacto nas vendas e nos contactos. Esta componente internacional é extremamente importante para as galerias terem um retorno do seu investimento”, salientou, sobre os diretores de museus, curadores e colecionadores que se deslocam às feiras, provenientes de outros países.
Com a possibilidade de reabrir a partir de 05 de abril, algumas galerias de arte já anunciaram a nova programação, nomeadamente a 111, em Lisboa, que reabre no dia 06 de abril, com a exposição “Solfatara”, do artista João Jacinto, e a Galeria Vera Cortês, no mesmo dia, também na capital, reabrirá com a nova exposição individual de Gonçalo Barreiros, intitulada “então aquilo que”.
Ainda em Lisboa, a galeria Uma Lulik anunciou que reabrirá a 08 de abril, com a exposição “The Air Conditioned Nightmare”, do artista Diogo Bolota, enquanto a Galeria Solar, em Vila do Conde, reabrirá antes, na segunda-feira, com a exposição “Primeiras Impressões de uma Paisagem”, de João Nisa.
LUSA/HN
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