“Vai seguir-se um conjunto de contactos e trabalhos no sentido de tomar as melhores decisões. A estratégia de desconfinamento foi aprovada no Conselho de Ministros e é gradual, deliberadamente progressiva e de ritmo lento, no sentido de ir adequando as medidas proporcionalmente àquilo que são as situações epidemiológicas”, explicou.
Em declarações após a reunião no Infarmed, em Lisboa, que juntou especialistas, membros do Governo e o Presidente da República para a avaliação da situação da pandemia de Covid-19 do país, Marta Temido deixou claro que o Governo “vai apreciar todos os números” da evolução da infeção em Portugal.
“Estes dias que estamos a viver são decisivos para que se consolidem tendências num sentido ou noutro e para que possamos tomar decisões na quinta-feira para o período que vem a seguir ao dia 19, para o qual estava previsto um conjunto de decisões, mas a nossa estratégia gradual poderá ter paragens ou avanços”, observou.
Questionada sobre a inversão da tendência de descida da pandemia de Covid-19 durante as últimas semanas e a previsão de se poder atingir o limiar de 120 casos por 100 mil habitantes – definido na matriz de desconfinamento concebida pelo executivo -, a governante admitiu que a situação da pandemia já foi “mais favorável”, mas lembrou que o nível de confinamento da população é agora distinto e que existem “critérios exigentes de monitorização”.
“Os limiares de 120 ou 240 casos por 100 mil habitantes, estando muito distantes daquilo que tivemos no início deste ano, são os valores de referência para o país. Não queremos perder mais vidas inutilmente, não queremos causar doença cujas consequências de longo prazo sejam ainda desconhecidas”, referiu.
Sobre o aumento da incidência registada na população em idade escolar, a ministra da Saúde fez questão de lembrar a baixa positividade dos testes à Covid-19 efetuados nessa comunidade e reiterou que os estabelecimentos de ensino não são uma ameaça.
“As escolas são a nossa preocupação, na medida em que são o aspeto social que mais queremos proteger. Temos procurado realizar esse processo com mais segurança pela realização de testes”, disse, reforçando que as crianças podem ser “agentes importantes de transmissão” do vírus, mas sofrem uma infeção “menos severa”.
LUSA/HN
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