Em declarações hoje aos jornalistas no final de uma visita ao HDFF, no litoral do distrito de Coimbra, a primeira de uma série de deslocações a todos os hospitais da região Centro, Carlos Cortes disse que a unidade hospitalar da Figueira da Foz, “apesar das dificuldades de reestruturação do seu espaço, para fazer a diferenciação entre os doentes covid-19 e os doentes não-covid-19”, fez um trabalho “excecional”.
“E isso vê-se nos números, nomeadamente no número de casos [de infeção pelo novo coronavírus] que foram reportados no concelho da Figueira da Foz [32, segundo os dados mais recentes da Direção-Geral de Saúde] e do apoio que este hospital tem dado à sua área de influência”, frisou o presidente da SRCOM.
Carlos Cortes assinalou que no HDFF os doentes infetados e ou com suspeitas de covid-19 “estão muito bem separados” dos restantes que não têm essa doença.
O desempenho do HDFF, assinalou, dá uma “mensagem de muita segurança” aos doentes que, não estando infetados pelo novo coronavírus, mas possuindo outras patologias crónicas, nomeadamente cardiovasculares ou oncológicas, entre outras, “têm de continuar os seus cuidados e necessariamente vir ao hospital”.
“Aqui, sobretudo com o esforço dos profissionais de saúde, deu-se uma resposta muito eficiente (…). A resposta à covid-19 iniciou-se aqui neste hospital muito cedo e foram logo tomadas as medidas eficientes e eficazes, o que permitiu que se contivesse as infeções dos profissionais de saúde”, apenas quatro, todos médicos, três dos quais já voltaram ao serviço, destacou.
Por outro lado, Carlos Cortes afirmou que não existiu, até à data, qualquer contaminação com covid-19 de doentes internados no HDFF devido a outras patologias.
“Isto é muito elucidativo do trabalho que foi aqui desenvolvido. Se a resposta dos outros hospitais que iremos visitar for semelhante àquela que encontramos aqui hoje, então sim, podemos dizer que o Serviço Nacional de Saúde, os hospitais, os centros de saúde e os seus profissionais, estiveram à altura deste desafio que nos foi colocado há dois ou três meses”, argumentou o presidente da SRCOM.
O presidente do Conselho de Administração do HDFF, Manuel Veríssimo, agradeceu o “elogio” do responsável da Ordem dos Médicos do Centro, mas notou que “é o reflexo” das medidas tomadas pela unidade de saúde.
“Começámos cedo a preocupar-nos e fizemos o que achámos importante para tentar responder às exigências da crise quando ela chegasse e as coisas correram bem”, afirmou o responsável hospitalar.
Já fonte da unidade hospitalar lembrou, a propósito da pandemia de covid-19, que há vários anos que o HDFF possui uma campanha de higiene das mãos junto dos profissionais de saúde, que chegou a ser galardoada com um prémio internacional, um trabalho “que hoje está consolidado e a dar frutos”.
Quanto ao retorno dos doentes com outras patologias ao hospital, Manuel Veríssimo frisou que está a acontecer “devagar, mas a decorrer normalmente” e, esta semana, “em maior ritmo do que na semana passada”.
Por outro lado, no pico da crise de covid-19, o HDFF realizou “todas as cirurgias urgentes, prioritárias e muito prioritárias”, nomeadamente a doentes oncológicos e de outras patologias emergentes, adiantou.
Confrontado pela agência Lusa sobre se os doentes estão a regressar normalmente aos cuidados de saúde na unidade hospitalar, o administrador admitiu que “um ou outro poderá ter algum receio de voltar para ser operado”.
“Mas, no geral, vêm e tudo tem corrido bem”, frisou Manuel Veríssimo.
Para além dos quatro médicos infetados – todos já recuperados mas um ainda a aguardar um segundo teste negativo – o HDFF regista, nesta fase, cinco doentes internados com covid-19 (dois infetados e três a aguardar confirmação), outros três pacientes acompanhados no domicílio, 12 recuperados e nenhum óbito.
LUSA/HN
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