“Vamos premiar os três melhores serviços do CHTV, todos eles têm mais de 90% de sucesso no cumprimento da higienização das mãos ao longo do trabalho”, adiantou a coordenadora da comissão, Elisabete Figueiredo.
Esta enfermeira e mais dois colegas de profissão, Catarina Pereira e Hélder Patrício, estão no núcleo duro da CCIRA e, depois, há um profissional em cada serviço, que “é como que um elo” e que vai “tendo aquele papel chato de andar sempre a alertar os colegas para as boas práticas de higienização”.
Uma prática que deve acontecer em cinco momentos concretos e são estes que são avaliados: antes do contacto com o doente, antes de procedimentos asséticos, após risco de exposição a fluidos orgânicos, após contacto com o doente e após contacto com o ambiente envolvente do doente.
“Às vezes, os profissionais só dão atenção à higienização após a exposição a fluidos orgânicos, porque esse é um risco quase visível, enquanto outros como não são visíveis acabam por ser esquecidos”, admitem os profissionais.
A CCIRA funciona como um grupo de “autênticos fiscais” e isso dá até azo a serem apelidados entre os profissionais de “PIDE” ou mesmo de “CSI”, a propósito da série de investigação policial norte-americana.
Apelidos que aceitam com um sorriso, porque “o importante é que reconheçam o trabalho da comissão” e, ao ver os elementos, todos eles enfermeiros, “se lembrem de cumprir com a higienização das mãos, que muitas vezes acaba por ser esquecida, assim como a higienização do ambiente”.
“Há muitos colegas que acabam por dizer que andam sempre com as mãos limpas, porque as lavam assim que tratam um doente, mas às vezes esquecem-se que até chegarem ao doente já abriram, por exemplo, uma porta e isso é o suficiente para terem de higienizar as mãos”, disse Elisabete Figueiredo.
A propósito do Dia Mundial da Higienização das Mãos, que se celebra em 05 de maio, a CCIRA, que costuma, todos os anos, organizar atividades de forma a relembrar “a importância de lavar as mãos”, este ano, além de premiar os serviços, “que serão anunciados só no dia para ter o efeito surpresa”, vão também fazer uma ‘flashmob” em frente à porta principal do Hospital de Viseu.
“Desafiámos 50 profissionais e conseguimos atrair mais ou menos 40 e temos andado a ensaiar. Vamos ver o que dá, porque o importante é que a data seja assinalada e, para isso, vamos fazê-lo no exterior para que todos os profissionais e até doentes possam observar a partir de todos os andares”, adiantou a responsável.
O trabalho da CCIRA não se reduz à fiscalização da higiene das mãos, acabam por fiscalizar todo o trabalho que é realizado no CHTV, para confirmarem se “cumprem com todos os requisitos não só no uso dos materiais, mas também com todos os procedimentos” como acontece, por exemplo, nas obras, “nem que seja só de ampliar um novo gabinete”.
“A covid veio ajudar-nos, porque se até aqui havia profissionais que não tinham disponibilidade para nos ouvir ou despertos para isso, agora estão. Obviamente ninguém queria uma pandemia ou picos de gripes, mas nestas alturas acabam por nos dar mais ouvidos”, admitiu Elisabete Figueiredo.
Com a atual pandemia, reconhecem também que acabam por ter “mais visibilidade” e isso “até pode ajudar na divulgação e implementação das boas práticas”, até porque, contam, “há algumas práticas que só se conseguem alterar quando as pessoas estão preocupadas, assim como algumas medidas que acabam por ser implementadas, mas há muito eram solicitadas”.
Estes profissionais não esconderam o orgulho por no ano de 2020 terem “superado a média nacional” no que diz respeito aos parâmetros de avaliação que “são iguais em todos os hospitais” e que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “o mínimo é que se cumpram os 75% das 100 vezes que as mãos devem ser higienizadas”.
LUSA/HN
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