Autoridades identificam 22 casos de alojamentos em Odemira com deficiências

3 de Maio 2021

As autoridades já identificaram no concelho de Odemira (Beja) um total de 22 situações de alojamento de trabalhadores agrícolas com deficiências, por falta de salubridade ou sobrelotação, revelou esta segunda-feira o autarca local.

Em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião de coordenação da ‘task force’ do concelho que acompanha a situação da Covid-19, o presidente da câmara municipal indicou que foram “efetuadas, até ao momento, 22 vistorias, no total, a situações identificadas de menor salubridade”, incluindo “obviamente algumas habitações em sobrelotação”.

“Neste momento, as informações estão recolhidas, foi definido o procedimento de evacuação de algumas [dessas habitações] e de redução do número de habitantes noutros casos”, acrescentou.

Agora, cabe à autoridade de Saúde Pública ”decidir qual é o momento de atuação, uma vez que, foi também decidido efetuar testagem prévia a todos os ocupantes” das respetivas residências ou espaços, assinalou.

No final da reunião de hoje, na qual participou o Alto Comissariado para as Migrações (ACM), o autarca de Odemira insistiu que cabe às autoridades de Saúde decidir quando devem ser transferidas pessoas com Covid-19 para a Pousada da Juventude de Almograve ou para isolamento profilático no complexo turístico Zmar, mas afiançou que “será seguramente até amanhã” que essa transferência arranca, ou seja, até terça-feira.

“Amanhã, certamente que haverá já situações operacionalizadas”, frisou, adiantando também que o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, vai participar numa reunião, em Odemira, na terça-feira.

O Governo decidiu decretar uma cerca sanitária às freguesias de São Teotónio e de Almograve, no concelho de Odemira, devido à elevada incidência de casos de Covid-19, sobretudo entre trabalhadores do setor agrícola, anunciou o primeiro-ministro, António Costa, na quinta-feira à noite.

O chefe do Governo sublinhou também que “alguma população vive em situações de insalubridade habitacional inadmissível, com hipersobrelotação das habitações”, relatando situações de “risco enorme para a saúde pública, para além de uma violação gritante dos direitos humanos”.

Segundo o presidente do município de Odemira, o procedimento de transferência dos trabalhadores agrícolas “prevê uma testagem prévia”, no local vistoriado, por parte de uma equipa da Cruz Vermelha, e, quanto ao transporte, o que está acordado, é que “será concedido um prazo de 24 horas ao proprietário, arrendatário ou responsável por esse alojamento” para resolver a situação, de “duas formas”.

“Ou ele dispõe de um local alternativo” em que possa garantir, “em condições de salubridade, o alojamento de todos ou, em alternativa, terá que ser ele a promover o respetivo transporte” para os locais identificados pelas autoridades para os isolamentos profiláticos ou para a quarentena dos infetados, explicou.

José Alberto Guerreiro disse que “os números” da Covid-19 “estão a baixar” no concelho, mas admitiu não ter qualquer indicação sobre um prazo para o fim da cerca sanitária.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.203.937 mortos no mundo, resultantes de mais de 152,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.977 pessoas dos 837.457 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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