Em declarações aos jornalistas, no final do encontro semanal com o Presidente timorense, Taur Matan Ruak disse que acelerar a vacinação, a par do reforço das medidas de controlo e prevenção, incluindo testes em massa, são a forma de conseguir controlar o crescente número de casos.
“Díli é agora o epicentro da expansão da Covid-19. Por isso, entre outras medidas, o Governo decidiu avançar com os testes em massa em Díli e avançar com o processo de vacinação”, sublinhou.
Depois da vacinação com a primeira dose de mais de 28 mil pessoas, no último mês, com vacinas fornecidas pelo mecanismo Covax, Timor-Leste recebeu esta semana mais 20 mil doses oferecidas pelo Governo australiano, lembrou.
“O sistema Covax vai enviar mais 38 mil ainda este mês, teremos mais dez mil da Austrália em duas semanas e no início de junho esperamos receber 100 mil vacinas oferecidas pela China. No total, estimamos quase 200 mil em maio e junho”, afirmou, no final do encontro com Francisco Guterres Lú-Olo.
“Vamos concentrar e acelerar a vacinação, especialmente em Díli”, explicou.
O chefe do Governo timorense disse que o aumento de casos em Díli tem sido significativo, com um número crescente de hospitalizações, causado pelo crescimento de casos na metade indonésia da ilha e pelas travessias fronteiriças irregulares.
A situação agravou-se depois de o Governo levantar o confinamento obrigatório na capital durante quase um mês, na sequência das cheias registadas na cidade e em outras zonas do país, no início de abril.
“Agora tivemos que voltar a endurecer as medidas e pedimos apoio da comunidade para tentar controlar ao máximo os números enquanto tentamos avançar com as vacinas para minimizar os riscos para os cidadãos”, disse.
“Temos mais casos graves e moderados e isso exige maior controlo e mais esforços”, acrescentou.
Entre as medidas defendeu uma decisão polémica do Governo, em vigor a partir de hoje, que obriga todos os cidadãos em Díli a aceitarem testes à Covid-19, realizados de forma aleatória ou em massa.
Quem se recusar a ser testado será automaticamente transferido para quarentena obrigatória durante 14 dias, sendo responsável pelos custos.
“As pessoas têm que cooperar com os testes. Se isso for a condição, temos todos que cooperar, para proteger a vida temos que fazer sacrifícios. O Governo não é tonto e está a procurar defender a vida dos cidadãos”, afirmou.
Taur Matan Ruak disse que o executivo espera começar a implementar “no prazo máximo de uma semana”, um conjunto de medidas de apoio socioeconómico a famílias e empresas em resposta aos impactos das medidas de controlo da pandemia da Covid-19.
As medidas estão previstas no Orçamento Geral do Estado retificativo, promulgado pelo Presidente timorense, tendo agora que ser publicados os respetivos diplomas ministeriais para a implementação.
Timor-Leste vive atualmente o pior momento da pandemia com números máximos de casos ativos e de hospitalizações, várias cercas sanitárias e Díli sob confinamento obrigatório.
LUSA/HN
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