Johnson, que esta semana se manifestou preocupado com o crescente número de casos, vai liderar uma conferência de imprensa sobre a situação epidémica no país juntamente com o diretor-geral de saúde, Chris Whitty.
O Ministério da Saúde anunciou na noite de terça-feira ter enviado uma equipa especial de rastreamento para a zona de Bolton, no norte de Inglaterra, com 100 enfermeiros e técnicos de saúde para fazer testes à população em operações porta a porta.
Foi também feito um reforço de testagem e rastreamento em 15 outras áreas do país para poder ser feita uma sequenciação dos casos positivos que permita avaliar a prevalência da variante B1.617.2, considerada preocupante pelas autoridades britânicas.
Dados publicados na quinta-feira davam conta de uma duplicação do número de casos, de 520 para 1.310, numa semana, a maioria dos quais no noroeste de Inglaterra, mas também na região de Londres.
Estas áreas são também aquelas com um índice de transmissibilidade (Rt) mais elevado, o que fez o valor médio nacional em Inglaterra subir ligeiramente para entre 0,8 e 1,1 (0,8-1 na semana passada).
Quando o número está acima de 1 (um), a pandemia pode crescer exponencialmente, mas quando está abaixo de 1, significa que está a diminuir.
“Estamos a acompanhar a situação com muito cuidado e não hesitaremos em tomar outras medidas, se for necessário”, afirmou o ministro da Saúde, Matt Hancock.
O Governo disse não descartar voltar a impor restrições económicas e sociais a nível local ou regional se existirem indícios de que a variante é resistente às vacinas, o que ainda não é claro.
Embora ainda não existam provas firmes para mostrar que esta variante tem maior impacto na gravidade da doença ou contorna a vacina, a velocidade com que o número de casos estão a aumentar está a preocupar o Governo.
Alguns autarcas de zonas afetadas apelaram a um reforço da vacinação e o alargamento aos jovens, já que até agora o programa só está aberto a maiores de 38 anos, mas o Ministério da Saúde ainda não autorizou.
“Estou furioso. Não consigo entender por que o JCVI ou o Ministério de Saúde estão a impedir os diretores locais de Saúde Pública de tomarem as medidas que sabem que vão travar o aumento da variante”, disse o diretor de Saúde Pública em Blackburn e Darwen, Dominic Harrison, à BBC.
O Comité Conjunto de Vacinação e Imunização [Joint Committee on Vaccination and Immunisation, JCVI] é o organismo que aconselha o Governo sobre a implementação do programa de vacinação, nomeadamente os grupos prioritários.
“Se tivermos um aumento da transmissão em grandes números, mesmo se não tivermos hospitalizações, será muito prejudicial para as escolas e locais de trabalho” porque as pessoas terão de ficar em isolamento, vincou Harrison.
LUSA/HN
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