No artigo, que cita dados de 2019 à escala global sobre prevalência, mortalidade e fatores de risco em mulheres, 17 especialistas pedem medidas urgentes, como diagnóstico precoce e programas de saúde específicos em regiões populosas e subdesenvolvidas, para reduzir num terço as mortes prematuras por doenças não transmissíveis, incluindo as cardiovasculares, até 2030.
Em 2019, segundo uma nota da The Lancet, cerca de 275 milhões de mulheres tiveram uma doença cardiovascular em todo o mundo. A isquemia cardíaca e o Acidente Vascular Cerebral foram as doenças cardiovasculares que mais mataram as mulheres, representando, respetivamente, 47% e 36% das mortes associadas.
Egito, Irão, Iraque, Líbia, Marrocos e Emirados Árabes Unidos figuram na lista de países com as taxas de prevalência de doenças cardiovasculares entre mulheres mais altas, enquanto Bolívia, Peru, Colômbia, Equador e Venezuela têm as taxas mais baixas.
Apesar de a prevalência mundial de doenças cardiovasculares nas mulheres ter diminuído desde 1990, países populosos como China, Indonésia e Índia registaram um aumento, respetivamente de 10%, 7% e 3% de casos.
A Ásia Central, Europa de Leste, o Norte de África, Médio Oriente e África Subsariana Central são as regiões com as taxas de mortalidade mais altas, mais de 300 mortes por 100.000 mulheres.
Em contrapartida, a Europa Ocidental, América do Norte, Australásia (Austrália, Nova Zelândia, Nova Guiné e algumas ilhas vizinhas no Pacífico) e América Andina (Argentina, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Chile e Venezuela) são as regiões com taxas de mortalidade mais baixas, menos de 130 mortes por 100.000 mulheres.
Hipertensão, colesterol elevado, menopausa precoce e complicações na gravidez são apontados como fatores de risco nas mulheres.
De acordo com os especialistas, as doenças cardiovasculares continuam, apesar das más estatísticas, a ser “pouco estudadas e pouco reconhecidas” nas mulheres.
LUSA/HN
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