“Neste momento em que vamos dispor de muitas mais doses de vacinas, que o processo de vacinação prossiga, a mim me parece que deve haver uma aceleração, uma intensificação do ritmo da vacinação”, considerou o chefe de Estado, que falava à imprensa, na cidade da Praia, no final de uma visita a um centro de emergência infantil.
Comparando com outros países, disse que é necessário intensificar o ritmo da vacinação para o país atingir a meta de imunizar 70% da população elegível ainda este ano. “É uma meta que o Governo estabeleceu e tudo deve ser feito para que as metas sejam cumpridas”, disse.
Jorge Carlos Fonseca reconheceu que o processo da vacinação não ganhou até agora outro ritmo devido ao facto de não haver previsão de vacinas suficientes para o efeito.
“Mas neste momento, com a oferta de 20 e tal mil doses de Portugal, com mais 31 mil doses, a previsão de mais de 100 mil oferta da Hungria, com a possibilidade real de outras milhares de doses vindas da China, eu creio que desse ponto de vista criam-se as condições para se atacar esse processo de vacinação”, prosseguiu.
Por outro lado, o chefe de Estado cabo-verdiano pediu que o processo de vacinação seja aprimorado, evitando as queixas e reclamações de vários utentes.
“Eu percebo que é um trabalho difícil, mas deve haver um esforço de uma organização cada vez mais perfeita, mais previsível, de maneira que os critérios e as prioridades que estão estabelecidos sejam acatados no processo concreto de vacinação”, sustentou.
Sobre a possibilidade avançada por algumas organizações de vacinar as pessoas das ilhas turísticas do Sal e da Boa Vista, o Presidente salientou que tem um “valor relativo”, mas disse que já levantou esta questão com o Governo, referindo que ilhas pequenas como Maio ou Brava também poderiam ser imunizadas.
“Mas isso são ideias de um leigo, já apresentei essas ideias aos responsáveis, aos que percebem do assunto, cabe-lhes a eles avaliarem a bondade ou não desse tipo de procedimentos”, referiu.
O mais alto magistrado da Nação cabo-verdiana disse ainda ter ficado “relativamente satisfeito” de na quinta-feira, e depois de algum tempo, o país ter registado uma taxa de positividade inferior a 10% (8,2%).
“Esperamos é que o trabalho seja feito de maneira que prossigamos neste caminho de atenuação dos números. Estou curioso para ver hoje e os próximos dias, como é que a taxa de positividade evolui”, concluiu Jorge Carlos Fonseca.
Cabo Verde recebeu hoje mais 31.200 doses da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca, ao abrigo do mecanismo Covax, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Essas doses foram ofertas do Governo francês e segundo o executivo cabo-verdiano vão permitir dar continuidade ao plano de vacinação, face à meta de imunizar 70% da população até ao final do ano.
Cabo Verde estabeleceu, além dos profissionais de saúde, polícias, militares, bombeiros, doentes crónicos e idosos, também os professores e trabalhadores do setor do turismo e das fronteiras como grupos prioritários para a vacinação contra a covid-19.
O país espera receber pelo menos 181.200 doses de vacinas durante o mês de junho, incluindo 100 mil também da AstraZeneca doadas pelo Governo da Hungria, que chegam na terça-feira.
A essas somam-se ainda doação de 50 mil doses da vacina Sinovac pela China, anunciou em 28 de maio o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
O processo de vacinação em Cabo Vede decorre e neste momento pelo menos 6% da população elegível já recebeu a primeira dose.
Cabo Verde já tinha recebido 24.000 doses da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca em 12 de março e 5.850 da Pfizer dois dias depois, no âmbito do mecanismo Covax, iniciativa fundada pela OMS e que visa garantir uma vacinação equitativa contra o novo coronavírus.
Através do mecanismo Covax, Cabo Verde tem atribuídas mais 80.000 doses de vacinas da AstraZeneca, entra as quais as 31.200 que chegam sexta-feira.
O país tinha até quinta-feira um acumulado de 30.774 casos do novo coronavírus desde 19 de março de 2020, dos quais 266 óbitos, 29.125 casos considerados recuperados e 1.365 casos ativos.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.704.003 mortos no mundo, resultantes de mais de 172 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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